Veículos abandonados vão desaparecer de pátios dos Detrans

A partir de 2016 carro, moto ou caminhão que chegar em pátio vai ficar à disposição do dono por até 60 dias e não mais 90, como é hoje em dia.

Uma mudança no código de trânsito vai facilitar o leilão de carros apreendidos e aliviar um problema pros Detrans de todo o Brasil.

Sabe aquela hora que você chega à blitz confiante?

“Fui tranquilo pro bafômetro, que eu não tinha bebido nada, e meu carro tava com duas multas sem pagar e eu fiquei, perdi meu carro – ele foi pro pátio”, contou o estudante Antônio Henrique Fernandes.

Nessa terça-feira (1º), Antônio passou a tarde no Detran, em Belo Horizonte, cuidando da papelada. Mas, não é todo mundo que está com pressa que nem ele. Os pátios que prestam serviço ao Detran de Minas Gerais estão servindo de garagem pra mais de 200 mil veículos – a maioria, com problemas de licenciamento.

“Às vezes não tem o dinheiro pra poder resolver as pendências, pra pagar. Às vezes complica”, disse Alberto Araújo, mecânico.

Superlotação – esse é um dos motivos que levaram à aprovação de mudanças no código de trânsito brasileiro. A partir de 2016 carro, moto ou caminhão que chegarem no pátio vai ficar à disposição do dono por até 60 dias e não mais 90, como é hoje.

“Sessenta dias dá muito tempo assim pra pessoa pegar o seu bem de volta, se tiver vontade”, brincou o Ronaldo dos Santos, funcionário público.
A mudança também vai ajudar os órgãos estaduais de trânsito a resolver um problema antigo: o dos carros que eram leiloados várias vezes e praticamente criavam raízes por falta de interessados.

Os carros e motos apreendidos vão passar por, no máximo, dois leilões. Se não aparecer ninguém interessado a comprar, a lei autoriza a venda como sucata. E aí, por mais que o veículo esteja em boas condições, ele só vai servir pra desmanche. Não pode mais voltar para a rua de jeito nenhum.

“A vantagem para o Estado é que nós não teremos um grande número de veículos parados em depósitos gerando problemas ambientais, além de tudo, travando todo um sistema de fluxo da administração de trânsito, porque não tem saídas – os veículos só têm entrada”, afirmou Daniel Barcelos, coordenador administrativo do Detran-MG.
Depois do susto, Antônio até que entendeu o sentido da mudança na lei.

“Se o cara deixa o carro lá, ele tá custando alguma coisa pra alguém. Então imagino que a lei ta vindo pra – nesse momento de crise diminuir um pouco as custas e ajudar”, Antônio disse.
1/9/2015