Setor aéreo bateu recorde de passageiros em 2013

?Em 2013, a quantidade de passageiros pagos transportados pelas empresas aéreas brasileiras atingiu a marca história de 109,2 milhões, dos quais 90 milhões foram em voos domésticos e 19,2 milhões em internacionais. Os dados estão disponíveis no Anuário do Transporte Aéreo de 2013, apresentado oficialmente pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e pela SAC (Secretaria de Aviação Civil) nesta quarta-feira (15). Conforme o documento, em dez anos o índice cresceu 203%. Isso representa a inclusão de 68 milhões de passageiros. Anualmente, o incremento médio foi de 13%.

As tarifas médias, por sua vez, caíram à metade do valor cobrado há dez anos. Para se ter uma ideia, em 2013, quase 60% dos bilhetes foram comercializados a menos de R$ 300. Em 2004, as passagens por esses valores não ultrapassavam os 14%.

Atrasos e cancelamentos
Outro dado positivo é a queda no índice de atrasos (-28%) e cancelamentos (-40%) nos últimos dez anos. No ano passado, o setor bateu recorde de pontualidade na última década: apenas 7,8% dos voos decolaram ou pousaram mais de 30 minutos depois do horário programado. No ano anterior, o índice havia ficado em 10,9%. Dez anos antes 11% dos voos atrasaram em mais de meia hora.

Ocupação
Houve, também, aumento na ocupação das aeronaves. Em 2013, os aviões percorreram os trechos com, em média, 76% de ocupação. Dez anos antes, o índice ficava em 65%. “Isso significa que estamos sendo mais eficientes”, avalia o diretor-presidente da Anac, Marcelo Guaranys.

Prejuízos financeiros
Apesar do recorde na demanda, as empresas aéreas amargaram um prejuízo de R$ 2,7 bilhões em 2013. Foi o terceiro ano consecutivo que o setor fechou no vermelho. Conforme o ministro da SAC (Secretaria de Aviação Civil), Moreira Franco, as companhias foram penalizadas, principalmente, pela taxa de câmbio e pelo valor do querosene de aviação, impactada principalmente pelo ICMS cobrado sobre o combustível. “A aviação atende à maioria dos brasileiros. Das viagens acima de 75km, 60% são feitas pelo modal aéreo, o que mostra o tamanho do problema e a necessidade social de que essa questão seja enfrentada”, defende o ministro. Segundo ele, os estados devem criar um ambiente menos hostil para debater a redução do tributo que, em algumas localidades, como São Paulo – principal centro distribuidor de voos do país – chega a 25%.

Participação no mercado
Ainda segundo o Anuário, a Tam permanece líder no mercado brasileiro, com 39,6% de participação na demanda. Em segundo lugar está a Gol, que detém 35,3% da demanda. Já Avianca e Azul foram as companhias que mais cresceram, 35% e 32%, respectivamente.

Transporte de cargas
O volume de cargas transportadas cresceu 50% em 10 anos. No ano passado, as aeronaves circularam com 408 mil toneladas de produtos. De acordo com Moreira Franco, embora o número corresponda a apenas 0,48% do total de cargas transportadas no mercado doméstico, em valores o setor aéreo responde por 10,7%. “O modal aéreo é utilizado para bens de valor agregado, a fim de que sejam transportados com mais segurança e rapidez”, destaca o ministro da SAC.

Nos voos internacionais, o transporte de cargas bateu recorde no ano passado, com um total de 777,6 mil toneladas, o que representa uma alta de 69% em dez anos. Na comparação com 2012, o incremento foi de 7,2%. Estados Unidos, Alemanha e Argentina foram os principais destinos dos produtos exportados por meio do modal aéreo. Já entre os produtos importados, as principais origens foram Estados Unidos, Alemanha e Holanda.