Seca impede reabertura de hidrovia Tietê-Paraná para temporada de soja

A hidrovia Tietê-Paraná, uma importante via de escoamento de grãos, celulose e outros granéis não irá reabrir em janeiro, conforme planejado inicialmente, a tempo do início da temporada de escoamento de soja, disse o governo de São Paulo nesta terça-feira (27).

A hidrovia está fechada desde maio. As chuvas de janeiro, usualmente o mês mais chuvoso do Sudeste do Brasil, não foram suficientes para elevar o nível da água o suficiente para o trânsito de barcaças.

O fechamento reforça o crescente impacto econômico da escassez de chuvas no Sudeste, região responsável por 60% da geração de riquezas do país, em um momento também de crise no abastecimento de água e de fortes preocupações com os níveis dos reservatórios das hidrelétricas.

A Secretaria Estadual de Logística e Transportes disse que não há uma nova data para reabrir a hidrovia, conforme um e-mail em resposta a questionamentos da Reuters.

"Não temos, neste momento, prazo para retomada da navegação, que continua paralisada", disse a secretaria.

O governo havia dito em comunicado em setembro que a hidrovia seria reaberta em janeiro. O governo paulista esperava resolver o problema reduzindo a vazão em três hidrelétricas na região, e disse que testes feitos em duas usinas em setembro conseguiram elevar o nível da água sem impactos ambientais significativos.

No entanto, o governo estadual ainda aguarda a aprovação de agências federais, disse a secretaria.

Quando a Tietê-Paraná fechou no ano passado, perto do fim da temporada de exportação de soja, a Aprosoja, associação que reúne produtores de soja, estimou que os custos de frete subiram 10 a 12%.

A hidrovia transporta 8 milhões de toneladas de carga por ano, incluindo 2,5 milhões de toneladas de soja, milho e outros subprodutos de soja, principalmente do Mato Grosso e Goiás, rumo a indústrias e portos.