Ponte binacional pode abrir em 18 de março para carros de passeio, diz PRF

A ponte binacional, que liga o Amapá à Guiana Francesa por via terrestre, pode ser aberta para veículos a partir de sábado (18), de acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Pronta desde 2011, a estrutura de R$ 68 milhões não foi aberta por falta de acordos entre Brasil e França. A liberação será permitida inicialmente para carros de passeio, falou Klebson Sampaio, superintendente da PRF no estado.
 
Os trâmites para abertura foram definidos, segundo ele, em uma reunião na sexta-feira (10) no Ministério das Relações Exteriores, em Brasília. Apesar da informação pela PRF, o Itamaraty não divulgou oficialmente comunicado sobre a liberação da ponte para 18 de março. O G1 tenta contato com o Ministério, que não respondeu às solicitações até a publicação desta reportagem.
 
Klebson Sampaio disse que a travessia de veículos de passeio não altera a legislação de trânsito entre as cidades de Oiapoque, no Brasil, e Saint Georges, na Guiana Francesa. A passagem de veículos é feita atualmente através de balsas pelo rio Oiapoque.
 
 

 
"Seria para carros de passageiros, sem transporte de cargas. É como já acontece hoje, só que iria acabar com a travessia na balsa. Ao invés de pagar pelo rio a pessoa já atravessaria a ponte. O governo francês pediu para ser aberto no dia 18, e o governo brasileiro não vê nenhum impedimento", completou o superintendente.
 
Outro ponto discutido em Brasília que poderia retardar a abertura da ponte é a situação da BR-156 no trecho entre as cidades de Oiapoque e Calçoene.
 
O percurso com pouco mais de 100 quilômetros está tomado pelos atoleiros que se formaram com as fortes chuvas na região. A BR é a única ligação entre Oiapoque e o Sul do estado. A rodovia foi inaugurada há 43 anos e ainda espera por asfaltamento.
 
"Como é somente para carros de passeio, a abertura da ponte não afeta tanto o tráfego para Oiapoque, quanto para a Guiana Francesa. Quanto ao trecho Norte, já licitamos e temos a liberação para construção da rodovia", reforçou Fábio Vilarinho, superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit).
 
 

 
Abertura definitiva
Além dos acordos internacionais, a estrutura alfandegária do lado brasileiro da ponte ainda não foi concluída. A construção está nos serviços de terraplenagem, e tem previsão de conclusão para o primeiro semestre de 2017, dependendo das chuvas, disse o Dnit.
 
A construção vai abranger uma área de 21,7 mil metros quadrados com serviços de iluminação, circuito de TV, instalações elétricas, além da parte de mobilidade urbana, como áreas para circulação de veículos e pedestres no entorno da ponte.
Após o término da obra, a alfândega será entregue para a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), futura responsável pela administração do espaço. A estrutura vai conter postos da Anvisa, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Ibama, Receita Federal e Receita Estadual. Cada órgão será responsável pela aquisição dos próprios equipamentos.