Plano prevê mais de R$ 20 bilhões para hidrovias até 2031 no Brasil

Pelos próximos 11 anos, cerca de R$ 26 bilhões devem ser investidos na melhoria do sistema hidroviário brasileiro. A meta é ampliar até 2031 a capacidade de escoamento dos grãos pelos rios de 25 para 120 milhões de toneladas. O plano foi apresentado durante seminário realizado em Brasília, nesta terça-feira (12).
 
De acordo com o governo, R$ 17 bilhões sairão dos cofres públicos da União para modernizar as hidrovias. Outros R$ 5 bilhões virão da iniciativa privada para reformar os terminais e outros R$ 4 bilhões para aumentar a frota que inclui barcaças e outras unidades de apoio de dragagem e manutenção.
 
Entidades do setor produtivo criticam as barreiras enfrentadas para escoar pelos portos os produtos que vão para exportação. Cobram que os planos saiam do papel. Se antes eram a falta de estudos, hoje a reivindicação é para colocá-los em prática. Entre os desafios, melhorar a integração de ministérios e agências do governo.
 
“O modal hidroviário é o mais ecológico e econômico. Tem que sair do discurso e ir para a prática”, afirma Edeon Vaz Ferreira, coordenador-executivo do Movimento Pró-Logístico de Mato Grosso.
 
Neste estado, onde a produção de grãos na atual safra deve ficar próxima de 50 milhões de toneladas, produtores dizem que a dependência pelo modal rodoviário tem causado prejuízos pela falta de alternativas para levar as safras até os portos.
 
No estado os produtores têm interesse especialmente por hidrovias como a do rio Paraguai, que precisa de R$ 2,5 bilhões em investimentos. No norte, são estratégicas as rio Tapajós, com outros R$ 842 milhões, rio Madeira com R$ 428 milhões e Tocantins, em R$ 2 bilhões.
 
“Fazer uma equação única para consolidar isso é difícil. Apesar de trazer os investimentos estratégicos podem surgir novos investimentos quando da discussão regional de cada hidrovia”, diz Eimar Ebeling , coordenador do Ministério dos Transportes.