PF deflagra operação Strike contra roubo de caminhões

A ação tem por objetivo desarticular quadrilha armada responsável pelo roubo de dezenas de caminhões nos últimos nove meses.
 
Na semana passada, a Polícia Federal cumpriu sete mandados de prisão e dez  mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo/SP, Guarulhos/SP, Arujá/SP, Itaquaquecetuba/SP e Mogi das Cruzes/SP, além do sequestro de 23 veículos.

Os criminosos agiam, principalmente, nas Marginais Tietê e Pinheiros, durante a noite, logo depois do horário de restrição ao tráfego de caminhões. Segundo as investigações, os crimes eram praticados sempre da mesma maneira. Eles usavam ao menos três automóveis e se faziam passar por cidadãos gentis, alertando os motoristas sobre falsos problemas com o caminhão. Os caminhoneiros paravam os veículos na pista e, em seguida, eram roubados. O valor dos caminhões roubados ultrapassa os R$ 4 milhões.

Quando não conseguiam ludibriar os motoristas, os ladrões se passavam por falsos policiais. Instalavam uma luz intermitente no capô dos veículos e fingiam se tratar de uma blitz, obrigando os caminhoneiros a parar. A ação criminosa não parava por aí. Depois de roubar o caminhão, os ladrões colocavam as vítimas em um carro e as levavam para um cativeiro, onde permaneciam até a manhã do dia seguinte. O seqüestro fazia parte de uma estratégia para garantir o proveito do crime, pois evitava que os caminhoneiros comunicassem a Polícia e as empresas seguradoras e de rastreamento, que poderiam bloquear o funcionamento dos caminhões. Horas depois, quando as vítimas eram libertadas, o veículo já havia sido levado para um receptador que utilizava aparelhos bloqueadores de sinal de telefonia celular, conhecidos como “jammers”, impossibilitando a localização do caminhão.

Durante as investigações, a Polícia Federal acompanhou os passos da quadrilha e conseguiu identificar dezenas de vítimas, que relataram terem sido amedrontadas durante os momentos em que foram mantidas reféns e ameaçadas para que não reconhecessem os criminosos.

Foram instaurados 19 inquéritos policiais para apuração de 27 crimes de roubos, seqüestros e formação de quadrilha. As penas, se somadas, podem variar entre 6 e 16 anos de prisão para cada um dos 27 crimes.

Os caminhoneiros que foram vítimas de roubos com essas características e que tiverem condições de identificar os criminosos poderão procurar a Polícia Federal em São Paulo para a realização de reconhecimento fotográfico. O contato da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio é (11) 3538-5670.

O nome da Operação Policial, “Strike”, está relacionado ao termo freqüentemente utilizado pela própria quadrilha para se referir a um modelo específico de caminhão. No boliche, significa a derrubada de todos os pinos e, comparativamente, aplica-se à prisão de todos os integrantes da quadrilha.