Pesquisa mostra a imagem do TRC no Brasil
O presidente da NTC&Logística, Flávio Benatti, esteve presente, ontem (24), no Fórum Volvo de Segurança no Trânsito 2013, onde foi apresentada uma pesquisa inédita sobre a imagem do Transporte Rodoviário de Cargas – TRC, no Brasil, perante a sociedade.
Após a apresentação da pesquisa do Instituto Bonilha, de Curitiba, Benatti debateu alguns itens mostrados pelo estudo, que mapeou a opinião pública sobre o setor.
Debates
Durante o evento, Flávio Benatti fez parte da mesa de debates, ao lado do mediador, J. Pedro Corrêa, consultor do Programa Volvo de Segurança no Trânsito, e de outro debatedor, o especialista da Ronald Berger Consultin, Martin Bodewig.
Segundo Benatti, apenas em 2007 o Transporte Rodoviário de Cargas começou a se profissionalizar com a criação da Lei 11.442/2007, que tornou alguns processos mais eficientes. Porém, ele lembra que assim como a pesquisa também mostrou, ainda falta muita fiscalização no setor. “Cinco anos mais tarde, com total apoio da NTC&Logística, foi criada a Lei 12.619/2012, que regulamenta a profissão de motorista profissional, seja ele autônomo ou empregado. E com ela muitas questões vieram à mesa, como a má conservação das rodovias, a falta de infraestrutura logística no país, a falta de mão-de-obra de motoristas no mercado, entre muitos outros assuntos.”, explica Benatti.
Ele ainda lembrou sobre o último relatório apresentado pelo Ministério dos Transportes onde foram identificados 3.500 pontos de parada existentes hoje nas rodovias do país. Para Benatti este dado “acaba com a justificativa que muitas pessoas vinham dando para a ineficácia da Lei 12.619, que era a falta de pontos de parada”. Ele enfatizou também sobre a necessidade de investimentos em infraestrutura pelo governo, explicando que o Custo Brasil não inviabiliza o país por causa do valor do frete, mas sim por falta de infraestrutura para a multimodalidade.
Dados sobre o TRC
Segundo a pesquisa de opinião, quando o assunto é o Transporte Rodoviário de Cargas – TRC – a primeira coisa que vem à mente das pessoas é a falta de preparo dos motoristas, com 20% das opiniões, contra apenas 3% em relação aos formadores de opinião entrevistados. “Este dado mostra como há uma grande diferença de opiniões entre a imagem que se passa para a população e a verdadeira imagem que o setor tem por aqueles que o integram”, explicou Benatti.
Porém, quando a população é questionada sobre o grau de positividade que eles vêem no setor, 48% acham o TRC como uma atividade positiva, e desta porcentagem 18% explicam que é por que o transporte colabora com o desenvolvimento do país, e 12% diz que é um setor importante para a economia. Já os formadores de opinião são mais crentes no TRC, 70% deles dizem que enxergam o setor como positivo para o país, e dentro deste número, 40% acreditam que ele colabora com o desenvolvimento do Brasil.
Outro item citado durante a pesquisa foi a renovação de frota, que segundo os formadores de opinião entrevistados, 32% deles acredita que é um fator importante quando se fala em melhora dos veículos hoje utilizados no transporte de cargas. “Segundo dados da CNT, a idade média de um caminhão de motorista autônomo é de 17 anos, o que significa que temos uma grande parte da nossa frota circulante velha, e só conseguiremos modificar este quadro com uma política de governo que incentive a renovação da nossa frota com o sucateamento dos veículos antigos”, salientou Flávio Benatti.
Um dado muito preocupante apresentado pela pesquisa foi o baixo índice de aceitação do setor por parte da população para trabalhar. Apenas 23% gostariam de trabalhar no TRC, contra 77% daqueles que não gostariam de trabalhar neste segmento. E, além disso, os entrevistados também desconsideraram a ideia de investir no setor, 70% disseram que não acham o Transporte Rodoviário de Cargas um segmento atrativo.
A amostra contou com mil entrevistas de pessoas que moram perto de rodovias ou tem algum tipo de ligação com o transporte rodoviário de cargas e também com as respostas de 120 formadores de opinião. A pesquisa quantitativa teve uma média de erro de 3,1%, para mais ou para menos. O Instituto Bonilha, de Curitiba, foi o responsável pela pesquisa encomendada pela Volvo.