Muita sujeira invade as estradas da região

Habilitada a pouco mais de um ano, Aline Souto, 24 anos, conta que recentemente resolveu se aventurar nas rodovias da região de Sorocaba. Porém, a jovem confessa que não é uma motorista exemplar. “Sempre esqueço de colocar uma sacolinha no carro, então acabo jogando algumas coisas pela janela, mas nunca coisas grandes”, destaca.
 
Embora acredite que um papel de bala não é problema, pessoas como Aline engrossam a quantidade de lixo na beira das rodovias. Um levantamento feito pela CCR ViaOeste, que administra o sistema de rodovias Castello Branco e Raposo Tavares, nos primeiros cinco meses do ano foram recolhidas mais de 300 toneladas de lixo na rodovia.
 
De pouco em pouco /O material é recolhido na rodovia periodicamente por funcionários da concessionária, que explica ainda que a maior parte do lixo acumulado é formado por papéis, copos, fraldas, latas de alumínio e garrafas plásticas.
 
O BOM DIA circulou pelo sistema de rodovias e flagrou o condutor de um  veículo lançando um saco com lixo pela janela. Além disso, foram encontradas embalagens plásticas, papéis e até resíduo de construções.
 
De acordo com a ViaOeste, é possível encontrar grande quantidade de fraldas descartáveis lançadas nos acostamentos das rodovias. “Além de agredirem o meio ambiente, estes detritos podem causar acidentes de grande proporção, pois podem distrair o condutor”, destaca a concessionária por meio de nota.
 
Bons exemplos /Acostumada a viajar pelas estradas da região, a atriz Thelma Thereza Ruy, 49 anos, conta que já testemunhou vários casos de pessoas que chegaram a lançar restos de alimentos pela rodovia. “Lugar de lixo não é nas vias públicas”, declara. Mãe de dois filhos, ela diz que os ensinou a respeitarem completamente o espaço do outro. “Com um pouco de respeito, é possível viver com mais qualidade e não agredir o meio ambiente”, diz a atriz, que dirige a 32 anos.
 
Já João Souza Neto, 16, diz ser o grande exemplo da família. “Meu pai abre o vidro do carro e eu já fico de olho para saber se ele vai tentar jogar alguma coisa”, diz o jovem, contando que aprendeu a respeitar a natureza na escola. “Em volta das rodovias tem muitas áreas verdes e o lixo as fazem morrer, além de causar acidentes”, explica. Sua mãe, Bianca Souza, 35, diz que o filho ensina a todos como se comportarem no carro. “Ele gosta de guardar tudo, tanto nos bolsos quanto na mochila dele, assim o carro fica limpo e as estradas também”, conta.
 
Na lei /Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, jogar lixo em vias públicas é crime, passível de multa de R$ 85 e menos quatro pontos na habilitação.
 
Campanhas ajudam a minimizar o problema
A equipe da ViaOeste coleta mensalmente pouco mais de cinco toneladas de lixo no sistema de rodovias Castello Branco e Raposo Tavares. “Não temos pontos específicos de onde o lixo é coletado, mas percebemos que em locais onde há casas e pequenas comunidades vivendo nas proximidades da rodovia há maior acúmulo de lixo”, destaca a assessoria da concessionária.
 
Por esta razão, a empresa busca executar campanhas de conscientização nestas áreas. “Atuamos nestes locais com o apoio da prefeitura da área. Com isso levamos ações para serem aplicadas diretamente com a comunidade”, destaca a concessionária, por meio de nota.
 
Benefícios /O lixo coletado é separado por tipo. Os materiais que são recicláveis são enviados para Cooperativas de Reciclagem.
A empresa diz que está realizando o levantamento destas empresas na região de Sorocaba, para que a maior quantidade de pessoas possíveis sejam beneficiadas: as cooperativas precisam estar com a documentação em ordem e ter condições de retirar o lixo no local onde a empresa o armazenar.
 
De olho na região/As praças de pedágio da região também produzem resíduos recicláveis. A empresa destaca que há um projeto para que este lixo seja direcionado à cooperativa da cidade.
O objetivo é que isso ocorra ainda este ano, desde que ela atenda a legislação integralmente.
 
Grande porte/Objetos grandes também são abandonados nos acostamentos das rodovias. Até maio deste ano mais de três mil deles foram coletados. Entre eles, estão: colchão, camas, sofás, armários de cozinha e tanques de lavar roupa.