Leilões vão reduzir tarifas em cerca de 20%, diz Figueiredo

Os leilões de concessões ferroviárias deverão derrubar os preços das tarifas em cerca de 30%, disse o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo. Ele confia que o novo modelo proporcionará tarifas mais baratas, pois os novos concessionários poderão cobrar como se elas já estivessem operando a plena carga.
 
O alívio no custo de transporte será bem-vindo principalmente porque a tendência é de alta no frete rodoviário. A entrada em vigor da nova regulação sobre a jornada de trabalho dos caminhoneiros e a necessidade de renovação da frota vão puxar os preços para cima. Hoje, avalia Figueiredo, o transporte por caminhão está "artificialmente" barato.
 
Se tudo correr bem, porém, as novas ferrovias só estarão prontas daqui a cinco anos. Esse é o prazo que os novos concessionários terão para colocar as novas ligações em funcionamento.
O presidente da EPL acha, porém, que há possibilidade de esse cronograma ser antecipado.
Quanto antes as linhas começarem a operar, mais cedo os concessionários começarão a faturar. Essa estratégia pode ser facilitada com a antecipação de 15% das receitas que o governo decidiu fazer. Além disso, as empresas podem colocar as linhas para operar conforme os trechos forem concluídos.
 
Leilões. O programa de concessões prevê o leilão de trechos de ferrovias que já existem e hoje estão praticamente abandonadas, como é o caso das ligações entre Recife (PE), Salvador (BA) e Belo Horizonte (MG), entre Vitória (ES) e Rio de Janeiro e entre São Paulo e Porto Alegre (RS).
 
Figueiredo contou que antes do lançamento do pacote de rodovias e ferrovias ele conversou com as atuais concessionárias, que concordaram com a devolução. Agora, o governo está fazendo um levantamento para determinar se será necessário a União indenizar as concessionárias por investimentos ou, pelo contrário, se as empresas terão de remunerar os cofres públicos pela deterioração do patrimônio.
 
O modelo de concessões vai criar um novo mercado no País, o de leasing de vagões e locomotivas, acredita o presidente da EPL. Ele estima que haverá demanda para 50 mil novos vagões e 3 mil novas locomotivas. Já existem empresas estrangeiras interessadas nesse potencial.