Empresas reforçam investimentos em galpões
Enquanto alguns consultores relatam a alta da vacância em galpões logísticos de algumas cidades, duas empresas do setor, a LOG CP, do Grupo MRV Engenharia, e a GR Properties, que constroem e gerenciam condomínios, reforçam seus investimentos.
A Log CP acaba de lançar galpões logísticos no Rio de Janeiro (na capital e em Macaé), Uberaba (MG) e em Aracaju (SE), que devem começar a ser erguidos neste ano.
"Tudo o que foi construído fica 100% para locação na carteira da companhia", diz Sérgio Fischer, diretor-executivo da empresa.
No ano passado, a Log CP fez uma capitalização de R$ 278 milhões para suportar novos empreendimentos, por meio do FIP Mplus (Fundo de Investimentos em Participações) do Bradesco, que tem 9,9% da empresa. Além da MRV, o Starwood Capital Global Group e executivos completam o quadro societário, sob controle da incorporadora mineira.
A área média com inquilinos da Log é de 6 mil m². "Temos galpões flexíveis a partir de mil metros quadrados e grandes clientes com 35 mil m² locados", afirma.
Dois dos projetos serão no Rio de Janeiro.
"Estamos muito otimistas, principalmente com o condomínio de Macaé, onde a demanda é enorme. Mas em todo o país há muita carência."
O país tem 10 milhões m²de galpões classe A, enquanto o México tem 50 milhões de m², compara Fischer para concluir que ainda há muito espaço para crescer.
"O empresariado percebeu que locar e dividir os custos da manutenção do galpão é muito mais rentável que investir em imóvel próprio", afirma o executivo.
A Log tem empreendimentos em 26 cidades do país.
GR Properties
A GR Properties investe R$ 375 milhões na incorporação de seis condomínios logísticos na Grande São Paulo e no interior do Estado.
Do total, cerca de R$ 250 milhões virão de fundos de investimentos e R$ 125 serão recursos próprios.
O presidente da companhia, Guilherme Rossi, afirma acreditar que a demanda por espaços em galpões crescerá nos próximos anos. Os empreendimentos com áreas modulares serão em cerca de 180 mil m² de área locável. Para o empresário, a vacância no setor apontada por consultores não preocupa.
"O aumento da vacância é regionalizada e ocorreu porque vários projetos foram entregues no segundo semestre de 2013. Nem todos os espaços foram locados no período", diz o fundador da GR, que é filho de João Rossi Cuppoloni, acionista majoritário da Rossi Residencial S.A.
Neste ano, a tendência é que a ocupação fique estável ou tenha uma leve alta, avalia Guilherme Rossi.
"Os níveis de demanda e oferta deverão se ajustar a partir de 2015", analisa.
Dois dos novos galpões serão localizados no entorno do Rodoanel -um deles já está em obras.
Um terceiro condomínio logístico será erguido às margens da Rodovia Régis Bittencourt, em Itapecerica da Serra, além de outros três em Guarulhos, Hortolândia e Campinas. Parte dos projetos deverá ficar pronta no segundo semestre.
O de Campinas será inaugurado apenas no ano que vem, segundo o empresário.
Em geral, os inquilinos da GR são empresas com e-commerce, estoques de medicamentos e peças de reposição.
Rossi também finaliza a criação com um banco de um FIP (Fundo de Investimento em Participações) para financiar galpões.