Empresários do transporte acreditam em elevação no custo dos insumos

Oito em cada dez transportadores entrevistados pela Sondagem Econômica, divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) nesta segunda-feira (24), acreditam que os combustíveis, lubrificantes e pneus apresentarão inflação em 2014. Para 85,1% deles, o diesel, principal insumo do setor, deve ter um aumento. “Deve-se considerar que a elevação do preço de combustível tem um impacto elevado no custo operacional do transporte”, destaca o documento.

 

A CNT reforça que em 2013, a inflação de custos no setor de transportes foi superior à observada nos demais setores da economia. Para se ter uma ideia, enquanto o diesel teve uma elevação de 15,62%, o Índice de Preços Amplos ao Consumidor (IPCA), que representa a inflação oficial do país, fechou o ano em 5,9%, de acordo com o IBGE.

 

Ainda segundo a Sondagem, 84,8% dos entrevistados prevêem que óleos lubrificantes também ficarão mais caros. E para 86,4% dos transportadores rodoviários de cargas e passageiros, os pneus apresentarão elevação no preço.

 

A pesquisa destaca, também, a preocupação do setor aquaviário. Para 45,3% dos empresários, haverá elevação de taxas portuárias. O restante acredita que os valores serão mantidos nos mesmos patamares. Segundo 47,2% deles, a Nova Lei dos Portos ainda não gerou aumento na oferta de serviços, o que impacta diretamente no custo do serviço de praticagem. Por isso, 46,7% dos empresários avaliam que haverá alta nesses valores. Outros 33,9% acreditam em manutenção dos custos.

 

Expectativa de aumento de impostos pode gerar alta nos preços

Para mais da metade dos empresários entrevistados, haverá aumento de tributos. São 52,1% que apostam que haverá elevação. Para a CNT, “isso se torna um fator de risco para a gestão das empresas, uma vez que, para 74,6% delas, a carga tributária tem um impacto elevado em sua atividade e pode, se comprovada a expectativa, gerar aumento no preço da prestação do serviço”.

 

Empresários acreditam que juros continuarão subindo

Para sete em cada dez empresários do transporte, a taxa básica de juros, que está em 10,75% a.a., chegará ao final de 2014 em níveis mais elevados. A expectativa do mercado é que a Selic ficará em 11%. A possibilidade de alta preocupa em especial o setor ferroviário: para 60% dos concessionários, juros altos têm elevado impacto sobre a atividade.

 

Além disso, 72,7% dos empresários disseram que alteraram as projeções de investimentos para 2014 depois da alta na taxa de juros do Programa de Sustentação de Investimento (PSI), que financia aquisição de veículos, equipamentos e insumos para o setor. Neste ano, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aumentou a taxa de 4% a.a. para 6% a.a.

 

A Sondagem Econômica ouviu mais de 500 empresários do transporte de cargas e de passageiros em todo o país.

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