Crescimento econômico gera otimismo, mas apreensão no transporte rodoviário de cargas segue, avalia executivo
Diretor do Sindicamp ressaltou a necessidade de uma mudança na matriz de transportes, reduzindo a dependência do modal rodoviário, que atualmente representa 67% do transporte de cargas no país
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve um notável crescimento econômico no Brasil, que acumulou 3,7% no primeiro semestre e registrou um aumento de 0,9% no segundo trimestre. No entanto, diversos setores, incluindo o transporte rodoviário de cargas, se veem diante de oportunidades e desafios que requerem atenção e estratégia, especialmente com a chegada do final do ano.
Avaliando a conjuntura entre a economia e o setor de transportes, José Alberto Panzan, diretor da Anacirema Transportes e presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Campinas e Região (Sindicamp), observou o crescimento econômico com otimismo.
No entanto, ele destaca que, até o momento, esse aumento no percentual não se manifestou de forma uniforme. “O crescimento da economia é sempre uma excelente notícia para o setor de transportes, mas, do ponto de vista econômico, ainda persistem oscilações e incertezas, mesmo com os avanços neste ano.”
Apesar das incertezas, o final do ano se aproxima, trazendo uma alta movimentação ao transporte de cargas, especialmente no último trimestre, marcado por datas específicas de alto consumo como a Black Friday, em novembro, e o Natal.
Na análise do diretor, com a aproximação dessas datas, torna-se fundamental que as estratégias das empresas do setor estejam alinhadas às expectativas do mercado.
“Historicamente, o segundo semestre sempre é melhor para o transporte de cargas, e, para atender a essa demanda crescente, buscamos entender as expectativas dos clientes para sermos assertivos”, disse. “Com isso, contratamos mão de obra extra quando necessário e acrescentamos agregados em nossa frota. Essa abordagem é uma ótima alternativa para que as empresas enfrentem esse período com maior estabilidade e eficiência.”
Segundo José Alberto, com o aumento da demanda, surgem desafios significativos, alguns deles bem conhecidos pelo setor, como a falta de mão de obra qualificada e outros que preocupam as empresas.
“A nossa principal missão é garantir que as operações ocorram de maneira eficiente e no prazo, porém seguimos com os principais desafios a serem superados, como a baixa produtividade devido ao tempo de espera para carga e descarga, a defasagem nos valores de frete e, especialmente neste ano, a necessidade de adaptação à lei do motorista, imposta pelo julgamento da ADI 5322”, explicou.
PERSPECTIVAS PARA O 2024
Olhando para o futuro, o empresário acredita que a participação do transporte rodoviário de cargas na economia brasileira continuará expressiva. No entanto, ressalta a necessidade de uma mudança na matriz de transportes, reduzindo a dependência do modal rodoviário, que atualmente representa 67% do transporte de cargas no país.
“Para alcançar essa mudança, é importante termos investimentos significativos. O setor continuará desempenhando um papel crucial, mas é necessário abordarmos questões como infraestrutura e a legislação para garantir um crescimento sustentável para o futuro”, ressaltou o executivo.
Fonte: Mundo Logística | Foto: Freepik