Conheça as propostas dos candidatos à Prefeitura de SP para mobilidade
Entenda o que os cinco principais candidatos à Prefeitura de SP propões quando o tema é mobilidade urbana
Guilherme Boulos, José Luiz Datena, Pablo Marçal, Ricardo Nunes e Tabata Amaral, respectivamente por ordem alfabética.
As propostas dos cinco principais candidatos à prefeitura de São Paulo, uma megalópole com aproximadamente 11,5 milhões de habitantes de acordo com Censo de 2022, apresentam pontos positivos e negativos. Mas, mesmo entre as melhores ideias, a mobilidade urbana pouco é pensada de forma estratégica visando a melhor eficiência dos serviços de forma integrada. De maneira geral, as promessas visam melhorar situações específicas ao invés de contemplar um sistema voltado para a qualidade de vida da população paulista e, apesar dos compromissos firmados, ninguém coloca de forma clara o tema na direção de uma cidade inteligente.
A Frota&Cia analisou as propostas voltadas para a mobilidade urbana de São Paulo dos candidatos (em ordem alfabética) Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB) e conta para você o que cada um propõe para melhorar (ou não) o transporte na capital paulista.
Guilherme Boulos
O candidato estruturou suas propostas em mobilidade urbana em cinco pilares. O primeiro trata da expansão dos corredores de ônibus por meio de linhas de sistema BRT, corredores e faixas exclusivas instaladas, prioritariamente, nos seguintes corredores: Aricanduva, Radial Leste (trechos 1, 2 e 3), Miguel Yunes, M’Boi Mirim, Celso Garcia, Itaim-São Mateus (Perimetral Leste), Norte-Sul e Perimetral Bandeirantes (Bandeirantes – Tancredo – Salim Farah Maluf), além de outros já previstos no PlanMob e no Plano Diretor.
Há a intenção de expandir a Tarifa Zero, que hoje opera aos domingos, de maneira gradual, mas sem entrar em detalhes de como isso será feito. Contempla a ampliação das políticas públicas voltadas a pedestres e ciclistas, como reforçar os investimentos contínuos em calçadas e faixas de pedestres de forma integrada com outras secretarias para melhorar a arborização e o mobiliário urbano, além da expansão da rede cicloviária (infraestrutura e serviços) de forma integrada com o sistema de transporte coletivo disponível.
Por meio do Plano Mais Ônibus, Mais Conforto, Boulos pretende ampliar a disponibilidade da frota circulante através do reforço da fiscalização e da adoção das medidas previstas em contrato, bem como visa melhorias no serviço e combate ao assédio sexual no transporte público. Em termos de segurança viária, o candidato diz que implementará um programa contínuo para reduzir as mortes no trânsito, investirá na infraestrutura e em ações de educação no trânsito, além de ampliar o programa de faixas exclusivas para motos.
Por fim, o programa Transporte escolar mais perto de você visa ampliar o acesso ao Transporte Escolar Gratuito (TEG), avaliando a redução da distância mínima (atualmente em 1,5 km) entre casa e escola para combater a evasão escolar e facilitar o dia a dia de mães e pais de alunos. A proposta também contempla uma mesa de diálogo com os transportadores escolares para facilitar acesso ao crédito para renovação da frota.
José Luiz Datena
O programa do candidato não contempla o tema mobilidade urbana em seção específica, mas sim como uma parte dentro de “Sustentabilidade”. Sua abordagem fala na aceleração da substituição da frota circulante para outros menos poluentes, instalação de faixas dedicadas para a circulação de ônibus, motos e bicicletas, bem como “tirar do papel o projeto do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Em entrevistas e debates, Datena falou em combater a “infiltração do PCC” no transporte de São Paulo.
Pablo Marçal
O candidato “coach” aborda o tema mobilidade urbana da seguinte forma: “fim da indústria de multas”, “bolsões de estacionamento”, “faixa da direita liberada”, “cobrar a finalização do Rodoanel”, “instalar sistema de teleféricos em áreas de difícil acesso”. Para tanto, seu programa de governo menciona a criação de uma “central de tráfego integrada” que controle dados históricos e em tempo real para interferir no funcionamento semafórico da cidade. O documento enfatiza que o sistema de multas deve ser utilizado para prevenir acidentes, além de investimentos na educação do trânsito.
De forma vaga, o Plano de Governo de Marçal fala em “incentivar o uso de transportes alternativos”. Sobre os Bolsões de Estacionamento, o programa informa que eles serão instalados próximos a estações de metrô e terminais de ônibus para incentivar o uso do transporte público.
Entre os temas mais curiosos de seu programa, a “faixa da direita liberada” seria a permissão de circulação apenas por automóveis com mais de um ocupante, incentivando a prática da carona. No caso dos teleféricos, eles seriam instalados em áreas de difícil acesso e com alta densidade populacional. Todavia, não há indicações desses locais.
Ricardo Nunes
O atual prefeito de São Paulo, que concorre pela primeira vez, já que seu mandato foi herdado após a morte de Bruno Covas, em maio de 2021, destaca em seu programa de governo a busca pela integração da eletricidade, biometano e hidrogênio de baixo carbono como fontes sustentáveis de energia para veículos, sem especificar como será feito. Neste contexto, também menciona o incentivo a descarbonização da frota vinculada aos serviços autorizados de táxis e transporte escolares.
Seu programa menciona a expansão da rede de ciclovias, implantação de novos terminais para integrar as redes metro-ferroviária e cicloviária. Propõe a requalificação de calçadas e calçadões, a modernizaremos do sistema de planejamento, gestão, fiscalização e monitoramento do sistema de transporte público. Prevê a expansão da Faixa Azul para motociclistas para mais 400 km pela cidade.
Nunes menciona ações para voltadas para educação de trânsito, a conclusão de oito novos corredores de ônibus e BRTs, tal como o BRT Radial Leste e outros seis novos corredores e BRTs. Promete a construção de novos Terminais de Integração de Ônibus, além da concessão dos Terminais do Bloco Leste para a iniciativa privada.
Em continuidade à velha política de colocação do automóvel como centro da mobilidade, promete investimentos em obras de duplicação de avenidas, novas pontes e construção de novas vias, tal qual a extensão da Marginal Pinheiros. Menciona, ainda, a expansão do Aquatico SP para as regiões de Billings e Guarapiranga, além da implementação do VLT no centro da cidade.
Tabata Amaral
A candidata sugere a criação do programa “Destrava São Paulo”, que entre seus principais pontos, destaca o aumento da “velocidade de circulação dos ônibus” em corredores e faixas exclusivas por meio da ampliação da infraestrutura já existente. Promete a “implementação de infraestrutura inteligente e de um gerenciamento de tráfego em tempo real” para o controle semafórico, a instalação de painéis eletrônicos em terminais e abrigos de parada com informações sobre os itinerários e seus horários de chegada.
Um dos maiores desafios que enfrentará, caso eleita, será a promessa de “redesenhar as linhas de ônibus para criar rotas mais diretas” para reduzir o tempo de viagem e evitar a sobreposição em relação a outros modais de transporte de alta capacidade. Essa possibilidade pode sobrecarregar ainda mais os sistemas ferroviários nos horários de pico. Promete a utilização de dados para realocar linhas de acordo com a “demanda real”.
Tabata promete a integração dos sistemas de mobilidade disponíveis na capital paulista. Indica a necessidade de “aprimorar o modelo de remuneração das empresas concessionárias” por meio de indicadores de qualidade. Destaca a possibilidade de “diversificar as fontes de receita para investimentos no sistema de transportes”, bem como a expansão da eletrificação da frota de ônibus e do uso de combustíveis menos poluentes.
Fonte: Frota&Cia / Foto: Divulgação