Comunicado importante – Vacinação do motorista: uma necessidade imperiosa

A atividade de transporte rodoviário de cargas foi reconhecida pelos Governos da União e dos Estados como essencial durante o estado de calamidade pública ou de emergência em razão da grave pandemia deflagrada pela contaminação do coronavírus-19, que vem ocorrendo desde o final do ano de 2019 em escala global, atingindo o Brasil desde o início de 2020.

Os efeitos de pandemia são de conhecimento geral. A gravidade e a letalidade do vírus revelaram-se verdadeira catástrofe em vários países, não sendo diferente o que vem ocorrendo em nosso País, com os milhões de casos de contaminação e as centenas de milhares de mortes ocorridas.

O combate à pandemia e a defesa da população exigiram medidas sanitárias drásticas de parte dos Governantes, em âmbito federal, estadual e municipal, sendo o principal deles o isolamento social, que levou à adoção de medidas de restrição de circulação às pessoas e mesmo do exercício de várias atividades, em especial daquelas que tem como pressupostos a movimentação das pessoas ou efeitos de aglomerações. A medida mais drástica adotada no isolamento foi o denominado “lockdown”,  quando se impôs o fechamento total de todas as atividades de comércio, indústria, serviços e mesmo de lazer em determinadas cidades ou regiões.

Há mais de ano estamos convivendo com restrições que ora são mais amplas, ora são flexibilizadas, sendo evidentes os reflexos na economia do País, gerando o fechamento e a falência de empresas, até mesmo de multinacionais que deixam o País, o fechamento de postos de trabalhos, com ou sem carteira assinada, a paralisia de atividades informais,   que possibilitam a sobrevivência de muitos brasileiros os chamados invisíveis recém descobertos pelo Governo Federal.

As medidas sanitárias (uso de máscaras, isolamento social, higienização das mãos, uso de álcool) foram adotadas no mundo todo, ante a inexistência de remédio específico para a cura imediata dos atingidos pelo vírus. A solução buscada com urgência em vários países e que representava, ainda representa, a esperança de que seja definitiva era e é a vacina, ou as vacinas, que foram desenvolvidas em tempo recorde e começaram a ser disponibilizadas no final do ano de 2020.

 Sabidamente a produção das vacinas não poderia ser, como não é, suficiente para o atendimento e imunização imediata de toda a população mundial de bilhões de indivíduos, ou mesmo das populações de um mesmo pais, o que tem levado os governantes de todos os países a definirem prioridades na aplicação da vacinação, definindo os cidadãos mais vulneráveis e os mais expostos para receberem imunização prioritária.

No Brasil a definição de prioridades na vacinação seguiu parâmetros praticados em outros países e recomendados pelos organismos internacionais de saúde, priorizando os agentes da área da saúde em razão da exposição direta a pessoas contaminadas com o vírus, as pessoas idosas pela vulnerabilidade, os portadores de comorbidades agravantes do risco de morte em caso de contaminação e outras atividades essências que tenham exposição e com risco de contaminação.

A FETCESP, a CNT e a NTC  vem atuando junto ao Governo Federal  e aos Governos dos Estados, a FETCESP especificamente  junto ao Governo de São Paulo, no sentido de incluir os motoristas dos veículos de transporte de carga e de passageiros na lista de prioridades para a vacinação.

Os motoristas do transporte rodoviário de cargas, atividade reconhecidamente essencial, durante esses 15 meses de estado de calamidade e de emergência, seguiram exercendo sua atividade, mantendo o escoamento da produção nacional e o abastecimento de toda a cadeia de produção e consumo, assegurando o abastecimento ao consumidor de bens essenciais como remédios, alimentos e todos os gêneros de primeira necessidade.  Inquestionável que essa atividade exige deslocamentos constantes e contatos com os mais diversos públicos assim a exposição desses trabalhadores em hospitais, farmácias, casas de saúde, estabelecimentos industriais, de comércio e de serviços, além da exposição em seus deslocamentos em pontos de paradas, postos de gasolina e de alimentação em viagens longas e outros.

O Governo Federal já atendeu o pleito do setor colocando o motorista na lista de prioritários para a imunização. No Estado de São Paulo, a FETCESP desde janeiro e até abril do corrente ano tem levado ao Governo do Estado o pleito do setor de incluir a proteção aos motoristas entre as prioridades de vacinação em razão da relevância dos seus serviços. Mais recentemente a FETCESP manteve reunião com o Vice-governador Rodrigo Garcia e com o Secretário Cauê Macris, deixando claro a importância do reconhecimento e da urgência da vacinação dos nossos motoristas que seguem exercendo atividade de maior risco de contaminação, não pararam durante a pandemia e não podem parar por serem peças fundamentais à continuidade do abastecimento no Estado e até mesmo em relação ao transporte das próprias vacinas dos pontos de produção e distribuição até os locais de armazenamento e de consumo nos postos de saúde do Estado e dos Municípios.

Esperamos o reconhecimento pelo Governo do Estado de São Paulo da situação de vulnerabilidade e o risco a que o motorista de transporte está submetido, acolhendo o pedido de inclusão da categoria na lista de prioridade de vacinação, proporcionando indispensável proteção ao profissional e por consequência evitando que seja transformado em agente transmissor da doença a sua família e colegas de trabalho na empresa.

Carlos Panzan, presidente da FETCESP