Codesp vai criar regras para planos de segurança do Porto de Santos

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) pretende editar, nos próximos meses, uma resolução com diretrizes para a elaboração dos planos de segurança dos terminais do Porto de Santos. Além disso, a estatal que administra o cais santista pretende aprimorar o mapeamento dos riscos das operações. Essas medidas foram debatidas pela Codesp na quinta-feira (21), em reunião com representantes dos terminais. 
 
O incêndio que atingiu os tanques da Ultracargo, na Alemoa, em abril do ano passado, motivou discussões sobre os processos de prevenção e atendimento de acidentes na área portuária. Depois disso, foram propostas mudanças em procedimentos, que serão analisadas pela estatal.
 
De acordo com a superintendente de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho da Codesp, Marcia Jovito, a resolução vai estabelecer critérios para a elaboração dos planos de segurança dos terminais portuários. As informações que devem enviadas para a Autoridade Portuária levam em conta avaliações de desempenho durante simulados.
 
“A Autoridade Portuária estabelece orientações, procedimentos e, ao mesmo tempo, a gente tem um instrumento de força para pedir aos terminais essas informações. Também temos alguns instrumentos para garantir que eles executem essas orientações e diretrizes, por conta dos nossos contratos de arrendamento”, destacou a executiva.
 
Simultaneamente, o Plano de Auxílio Mútuo (PAM) do Porto de Santos, coordenado pela Codesp, pretende aprimorar o mapeamento de riscos das operações no cais santista. Para isso, o complexo será dividido em sete áreas, para que as análises sejam feitas conforme as cargas movimentadas em cada região. 
 
Para este trabalho, serão nomeados 13 coordenadores, todos funcionários de terminais. Cada área mapeada terá um representante e outros seis terão funções administrativas. Eles serão responsáveis por informar quais os recursos humanos, equipamentos e treinamentos necessários em cada região. 
 
“A gente percebe que, ao longo do tempo, o nosso plano vem melhorando. As ocorrências têm nos mostrado diretrizes do que a gente tem que fazer para melhorar. Então, o esforço é no sentido de mapear os riscos, elaborar um plano para atendimento a esse risco, melhorar e fortalecer as instituições que estão trabalhando, aprimorar o fluxo de comunicação e a integração dessas comunicações”, destacou a superintendente da Codesp.
 
Na primeira etapa, esse mapeamento será feito na área primária do Porto. Já na segunda frente de trabalhos, serão mapeados os riscos das operações retroportuárias. 
 
Comunidade 
 
Segundo a superintendente, os planos de segurança também devem atender às comunidades que vivem próximas aos terminais. Essa questão foi debatida durante o incêndio do terminal da Localfrio na semana passada. 
 
“Não basta só a revisão do plano no que tange ao combate ao incêndio e à resposta da emergência. A gente também tem que pensar nas comunidades do entorno. É preciso saber das informações e saber qual é o risco que ela está exposta. E tem que estar preparada para se comportar de forma a minimizar o risco”, afirmou Marcia Jovito.