CNT lança nova fase da sondagem econômica sobre o setor de transporte

A CNT (Confederação Nacional do Transporte) divulgou na semana passada a sondagem “Expectativas Econômicas do Transportador 2013 – Fase 2”.
 
O levantamento, realizado desde 2012, tem como objetivo identificar as perspectivas dos transportadores dos modais rodoviário e aquaviário para temas como macroeconomia, investimentos em infraestrutura e atividade empresarial.
 
De acordo com o presidente da CNT, senador Clésio Andrade, a sondagem é mais uma ação de incentivo da Confederação ao desenvolvimento da atividade transportadora no país. “Precisamos ter conhecimento sobre as expectativas econômicas e de gestão dos transportadores que atuam no setor para poder planejar e continuar evoluindo. Esse estudo desempenha esse papel”, afirma ele.
 
Esta é a segunda fase da sondagem em 2013. O relatório traz uma reavaliação da percepção dos transportadores sobre o desempenho da economia, os investimentos no Brasil e a atividade de transporte apresentada no início deste ano. Também foram abordadas questões sobre o conhecimento e a avaliação dos transportadores referentes à Nova Lei dos Portos, à Lei do Caminhoneiro e à desoneração da folha de pagamentos.
 
Foram realizadas 488 entrevistas com transportadores (436 do modal rodoviário – cargas e passageiros – e 52 do modal aquaviário – navegação marítima e interior).
 
A sondagem aponta redução do otimismo dos transportadores quanto ao desempenho da economia. A expectativa da maioria dos entrevistados (40,6%) nesta segunda fase da pesquisa é de manutenção do nível de crescimento da economia. Outros 30,3% apostam em crescimento e, 25,8%, em redução. No início do ano, os percentuais eram de 41,9%, 42,9% e 10,9%, respectivamente.
 
Em relação à inflação, houve aumento significativo entre os que acreditam na alta do índice. No início de 2013, 62,6% esperavam por uma inflação superior a de 2012. Agora, são 72,2%.
 
Segundo o senador Clésio Andrade, os números revelam certa preocupação com a evolução da atividade. “A maioria dos transportadores afirma que a inflação tem impacto elevado em suas operações. Com a concretização do cenário de uma inflação mais alta, os custos totais podem ser aumentados. Isso reduz o dinamismo do setor e gera impacto em todos os produtos transportados.”
 
Entre os entrevistados, 79,3% acreditam em uma nova alta no preço do combustível este ano. Para 18,2%, os preços atuais do diesel e do bunker (utilizado nas embarcações) deve ser mantido. Quanto ao óleo lubrificante, 79,0% esperam por aumento do preço do insumo e apenas 1,8% por redução.
 
Para 80,8% dos transportadores do setor rodoviário de cargas e de passageiros, os pneus também ficarão mais caros. Quanto às taxas portuárias, 44,2% dos transportadores aquaviários acreditam em manutenção do valor. Já o custo da praticagem, deve sofrer elevação para 30,8% dos entrevistados.
 
O levantamento ainda faz referência aos investimentos públicos aplicados na infraestrutura de transporte. Para 75,9% dos entrevistados, os recursos disponíveis para investimento não serão capazes de solucionar os problemas logísticos do país. O índice dos que acreditavam em uma melhora das condições da infraestrutura do país caiu de 38,8%, no início de 2013, para 20,5% neste segundo semestre.
 
“Essa descrença na aplicação dos recursos e na melhora da infraestrutura está relacionada à dificuldade que o governo federal tem de gerenciar o orçamento disponível e em realizar as concessões anunciadas no ano passado”, ressalta o presidente da CNT, senador Clésio Andrade.
 
A sondagem também aponta que o impacto do câmbio é elevado na atividade de transporte, para 37,5% dos transportadores entrevistados. Apenas 18,4% acreditam que o impacto é baixo. Diante da elevação do dólar em 2013, 76,5% dos entrevistados acreditam que esse aumento poderá afetar a economia brasileira ainda este ano, enquanto 18% acreditam que não.
 
A pesquisa completa está disponível no site da CNT ( www.cnt.org.br).
10/10/2013.