Cardápio saudável: Sest Senat começará a oferecer atendimento de nutrição

Uma alimentação saudável faz bem para a saúde e pode contribuir para o melhor desempenho no dia a dia do trabalhador em transporte. Alimentos mais leves proporcionam menor sonolência ao volante e ajudam a evitar os riscos de problemas graves, como hipertensão, colesterol alto e sobrepeso. Para orientar os trabalhadores do transporte sobre as melhores escolhas na hora das refeições, as unidades tipo A, B e C do Sest Senat (que têm mais infraestrutura) começarão a oferecer neste ano atendimentos na área de nutrição.

Está sendo elaborada uma cartilha informativa, e os atendimentos estão sendo estruturados. A nutricionista Ana Paula Miranda Tranqueira comenta que, muitas vezes, mesmo em locais onde há disponibilidade de legumes, verduras ou frutas, muitas pessoas buscam somente os alimentos menos saudáveis.

Nos últimos meses, uma equipe do Sest Senat visitou restaurantes instalados em postos de combustível e conversou com alguns motoristas de caminhão. “Percebemos que há uma carência de conhecimento sobre essa área. Mas muitos motoristas se mostraram abertos a tentar buscar melhores hábitos em relação à alimentação”, diz Ana Paula.

Na cartilha que está sendo preparada pelo Sest Senat, haverá várias dicas. Algumas recomendações da nutricionista são reduzir a quantidade de sal, ingerir menos açúcar e evitar o consumo de carnes gordurosas. Não ficar muitas horas sem se alimentar é outra orientação importante. Frutas como banana, maçã e laranja também são opções para os lanches durante o dia do profissional.

“Não se deve exagerar na manteiga e também é importante não colocar muito açúcar no café ou no leite”, diz Ana Paula. Na hora do almoço, os motoristas de caminhão devem optar pela refeição. “Percebemos que muitos preferem comer um salgado, que é mais prático, mais rápido. Mas a refeição é bem mais saudável, pois oferece mais nutrientes. Os salgados têm muita gordura.”

Mudança de hábito
No restaurante de um posto de combustível que fica às margens da BR-040, no município de Luziânia, perto de Brasília (DF), a revista CNT Transporte Atual conversou com alguns motoristas que fizeram uma pausa em suas viagens para almoçar. Alguns deles disseram estar hoje mais conscientes sobre a importância da alimentação saudável.

Ao ser questionado pela reportagem sobre quais alimentos prefere na hora do almoço, o paulista Roberto José da Silva, 50, respondeu com bom humor. “Gosto de tudo, mas não posso.” Há quase cinco anos, ele descobriu que estava com diabetes e, a partir do diagnóstico, mudou completamente os hábitos alimentares.

Menos quantidade de comida, menos macarrão no prato, carnes mais magras e muita verdura e legumes. Agora, o prato de Roberto Silva é sempre mais saudável. “Eu bebia muito refrigerante. Cortei tudo. Não dá para ficar comendo coisas gordurosas. A gente precisa ter um cuidado com a saúde”, diz Silva. Frutas fazem parte do dia a dia na estrada. “Gosto de tudo. De laranja, banana e mamão.”

O colega dele, Isael Joaquim da Silva, 33, comenta que nem sempre é fácil se alimentar bem quando se trabalha viajando pelas rodovias de todo o Brasil. Mas para melhorar os hábitos alimentares, ele considera que é necessário criar algumas alternativas. Escolher alguns restaurantes como referência pelas estradas por onde vai passar é uma delas.

“Nem sempre encontramos um lugar bom para almoçar. Então, é importante tentar conhecer alguns restaurantes e ir sempre neles. Mas também não vai dar para parar naquele restaurante específico em todas as viagens. Então, se a pessoa estiver com tempo, cozinhar a própria comida pode ser uma alternativa”, diz Silva. Ele comenta que já fez alguns cursos do Sest Senat e que considera muito importante o trabalho que está sendo desenvolvido para orientar os motoristas de caminhão e outros trabalhadores em transporte sobre como melhorar a alimentação.

O motorista Henrique Tscha, nascido no Estado de Santa Catarina, também mudou os hábitos alimentares nos últimos anos. Trabalhando na estrada há 55 anos, ele conta que no início da profissão e até alguns anos atrás tinha uma alimentação pouco saudável. “Mas hoje mudei demais os meus hábitos. Tive orientação médica e gosto de me alimentar melhor.” Tscha, que tem descendência húngara e alemã, conta que sempre gostou muito de carne vermelha. Agora, tenta optar por carne branca, como a de frango, na hora do almoço. “E não gosto de colocar muito sal porque isso faz mal demais, aumenta a pressão. Sempre coloco muita salada no meu prato e procuro comer menos quantidade.”

Ele também considera que os atendimentos de nutrição no Sest Senat serão muito importantes para os trabalhadores em transporte. “O que eu percebo na estrada é que tem muita gente que come muito, repete várias vezes e escolhe uma comida mais gordurosa. Vai ser ótimo poder receber essas orientações. Temos que cuidar agora de nossa saúde para não sofrer depois”, diz Tscha.