Burocracia nas alfândegas prejudica desenvolvimento logístico do Brasil, diz estudo
No ranking mundial de desempenho em logística para o comércio, o Brasil ocupa a 45ª posição, de acordo com estudo realizado pelo Banco Mundial. Batizado de Conectar-se para competir 2012: Logística comercial na economia mundial, a pesquisa analisa 155 países a cada dois anos. Na última edição, o país figurava no 41º lugar.
Entre 2007 – ano do primeiro relatório – e 2010, o país avançou da 61ª para a 41ª posição. Agora, a queda se deve, principalmente, em função do quesito alfândega, um dos itens analisados pelo estudo. Nesse indicador, o Brasil ficou no 78º lugar e somou 2,51 pontos. A pontuação vai de 1 (pior) a 5 (melhor).
Além da questão alfandegária, dados sobre infraestrutura (46º lugar); embarques internacionais (41º); logística, qualidade e competência (41º); rastreamento e localização (33º) e pontualidade (49º) são avaliados. A nota média do Brasil ficou em 3,13, contra 4,13 de Cingapura, que ocupa o primeiro lugar na lista.
O relatório demonstra ainda o tempo e custo médio de exportações e importações em portos e aeroportos dos países pesquisados. Aqui, a distância média do ponto de origem de uma mercadoria que será exportada até um porto ou aeroporto é de 150 km. Já o custo para transportar um contêiner de 30 kg (incluindo taxas de agentes, porto, aeroporto e outros encargos) é de 612 dólares e o tempo de execução é de até dois dias. Para a importação esse valor cai para 214 dólares por contêiner.
Entre os 10 países considerados de “renda média-alta” com melhores performances em logística, o Brasil ficou na 9ª colocação, à frente do México. Dessas nações, somente o Brasil e a Tailândia (6º) caíram no ranking de 2012. África do Sul (1º), China (2º), Turquia (3º), Bulgária (5º), Chile (7º), Tunísia (8º) e México (10º) subiram, enquanto que a Malásia (4º) manteve a mesma posição.
Conclusões globais
A pesquisa revelou que os investimentos em logística recuaram nos últimos dois anos, em função – principalmente – da crise mundial que aflige a Europa. De acordo com o relatório, a estagnação reflete uma mudança de foco dos governos frente à crise financeira: as reformas na área de logística deixaram de ser prioridade.
No entanto, o estudo mostrou que todos os países que obtiveram melhores desempenhos têm desenvolvido e mantido uma parceria público-privada forte; uma boa cooperação entre os responsáveis políticos, profissionais, administradores e acadêmicos, e uma abordagem abrangente no desenvolvimento de serviços de transporte, infraestrutura e logística eficientes.
“Somente fomentando a cooperação entre os setores público e privado, e considerando o impacto de todas as agências na cadeia de abastecimento, um país pode criar melhorias sustentáveis em suas capacidades logísticas”, conclui o relatório.
16/5/2012