Acidentes com bêbados em estradas crescem 30%

Motoristas bêbados continuam a provocar acidentes e mortes nas rodovias paulistas. No primeiro trimestre deste ano, o número de condutores envolvidos em acidentes que estavam alcoolizados subiu 30%. Foram 583 entre janeiro e abril deste ano, ante 449 no mesmo período de 2011.
 
Para a PRE (Polícia Rodoviária Estadual), as estatísticas gerais de acidentes nos 22 mil km de rodovias do Estado, que aumentaram 3% no período, só não caíram por causa da combinação álcool e direção.
 
“Não há conscientização por parte dos motoristas. Se tivessem melhorando o comportamento ao volante não teríamos números tão expressivos”, afirma a tenente Fabiane Pane, da PRE. Segundo ela, desde 2011, todos os motoristas envolvidos em acidentes nas rodovias são convidados a passar pelo teste do bafômetro.
 
E o número pode ser ainda maior porque os motoristas não são obrigados a fazer o teste. Para piorar, decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) determina que apenas o bafômetro ou um exame de sangue podem servir como prova para abertura de processo criminal contra motoristas bêbados. “Hoje temos dificuldade em comprovar o crime por causa da obrigatoriedade dos exames. Estamos na ânsia para que o enrijecimento da lei ocorra para podermos ser mais rígidos”, afirma.
 
O consumo de álcool altera o funcionamento do sistema nervoso. O resultado é o aumento da participação de condutores alcoolizados em todos os tipos de acidente.
 
A esperança de mudar este quadro está no Congresso. Proposta aprovada pela Câmara dos Deputados permite que testemunhas, imagens ou exames clínicos também sirvam como provas para atestar a embriaguez. O texto ainda precisa ser aprovado pelo Senado, antes de seguir para sanção da presidente Dilma Rousseff.
 
“Apenas com o enrijecimento das penas criminais haverá conscientização dos motoristas”, diz a tenente Fabiane.
 
10/5/2012