NTC divulga estudo sobre defasagem do frete

Estudo detecta que as empresas do setor necessitam de reajuste de 9,66%. A necessidade de aumento não é maior por conta da estabilização do preço do diesel.
 
A Associação Nacional de Transporte e Loística (NTC&Logistica) divulga estudo sobre a defasagem do frete. A pesquisa, elaborada pelo Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da NTC (Decope), apontou uma defasagem do frete de 9,66%. 
A sondagem da Associação, elaborada com cerca de 400 empresas do setor, mostra além da defasagem do frete o desaquecimento do mercado de transportes. Houve uma queda no desempenho das empresas de 5,8% no último ano e mais de 30% das empresas sofreram com desvalorização de 10%, segundo a pesquisa.
 
Defasagem
Apesar da cobrança do frete estar abaixo do custo mínimo, o preço do frete de caminhão teve a menor alta desde 2011. O aumento médio foi menor que a inflação, sendo de 2,79% para a carga fracionada e de 4,85% para a carga única, tipo lotação.

O assessor técnico e engenheiro de transportes da NTC, Lauro Valdívia, responsável pela pesquisa, revela que a desaceleração da alta se deve a fatores como a redução de custos do setor, o preço do diesel, que permanece estável, valor dos caminhões que está em queda desde 2013, diminuição do mercado.

O presidente da NTC, José Hélio Fernandes, afirma que destaca que o índice de 9,66% demonstra apenas o mínimo desejável para equilibrar receitas e despesas e que cada empresa precisa avaliar seus próprios custos “sendo preciso assegurar lucros que possibilitem os indispensáveis investimentos futuros”, explica.

Fernandes lembra também da necessidade da remuneração adequada de custos e serviço adicionais, não contemplados nas tarifas normais. “O resultado do estudo sinaliza às empresas do setor, a importância do ressarcimento de custos significativos cobertos pelos demais componentes tarifários, como o frete-valor, o GRIS, a cubagem e as generalidades, pois, muitas vezes, os custos com esses serviços são superiores ao próprio frete arrecadado”, declarou.

 Dos entrevistados, 13,3% deram desconto ao embarcador, ao invés de ajustarem o frete, e 20,7% mantiveram o valor cobrado no ano anterior (2012). Dos que reajustaram, a média de aumento foi de 7,3%, inferior ao necessário para cobrir os custos de operação.