Falta de motoristas qualificados para transportar a safra de MS preocupa
Escoar a safra de grãos até os portos virou um problema. Falta de profissionais influencia diretamente no aumento do preço do frete.
O início da colheita do milho safrinha, em Mato Grosso do Sul, deixou os agricultores em alerta. Eles estão com medo de faltar transporte pra levar os grãos até os portos porque não há motoristas suficientes para operar os veículos de carga.
A família de Felipe Fernandes cultiva soja e milho. Parte da produção é estocada em um armazém em Sidrolândia com capacidade para 46 mil toneladas, que também recebe grãos de outros agricultores da região.
A maior parte do estoque é de soja do último ciclo. O pouco do milho que sobrou, já deve ser comercializado nos próximos dias porque com a chegada da safrinha é preciso espaço para receber a produção. A época é de muita movimentação dentro e fora do armazém.
A saca de 60 quilos do milho safrinha está sendo vendida, na região, por R$ 17. Com o início de um novo ciclo, um velho problema volta a preocupar os produtores: escoar a safra de grãos até os portos.
Um dos principais problemas de transporte no setor agrícola é a falta de motoristas qualificados. Em uma transportadora, por exemplo, seis veículos estão parados por falta de profissionais.
Alguns caminhões estão parados há quase seis meses e para atender a demanda, como não encontra profissionais preparados, o empresário Irineu Vobete precisou terceirizar o serviço.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte e Logísticas do Estado, faltam mais de 4 mil motoristas especializados para o transporte de cargas no estado, desse total, 50% só no setor agrícola.
A falta de profissionais influencia diretamente no aumento do preço do frete. "A gente estima um aumento de custo entre 5% e 8% devido a esta falta de motoristas e problemas estruturais", explica Cláudio Cavol, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte/MS.