Começa duplicação no Jardim Madalena, em Campinas
Começaram na última segunda-feira as obras de duplicação da Avenida Professor Alexandre Chiarini, na região do Parque São Quirino e do Jardim Madalena, em Campinas. A duplicação da via, orçada em R$ 20 milhões, está sendo executada pela MRV Engenharia e pelo grupo Patrimar.
A intervenção faz parte de um acordo firmado entre a Prefeitura, Ministério Público e as empresas, por meio de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em dezembro de 2009. A duplicação vai ampliar a capacidade de tráfego de veículos da via entre a Avenida Carlos Grimaldi e a região do Shopping Galleria, facilitando o acesso à Rodovia D.Pedro I. A duplicação vai ocorrer em 2,9 km de extensão a partir da Carlos Grimaldi.
A região tem uma série de condomínios e os moradores reivindicavam a melhoria para desafogar o trânsito, especialmente quando todos os empreendimentos que estão sendo construídos na região estiverem habitados. O acordo prevê a contrapartida das empresas para que sejam desembargadas as obras do condomínio Acqua, que começou a ser construído em 2009 e está em fase inicial de construção. Somente neste empreendimento serão cerca de 400 famílias a mais que passarão a transitar naquela região, quando os apartamentos forem habitados, o que aumentará o fluxo de veículos no local.
Parte da duplicação será executada no entorno do Parque Yasser Arafat, inaugurado em julho de 2010 pelo prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT) com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Anhumas. Porém, o parque nunca foi concluído. Além disso, o local seria caminho para passagem do prolongamento dos trilhos da maria-fumaça da Estação Anhumas até a Praça Arautos da Paz. As obras começaram, mas foram paralisadas por problemas no projeto e não têm previsão para serem retomadas
A segunda pista da avenida será feita sobre a praça de cerca de 200 metros — construída ao lado do parque — e sobre a calçada onde foram plantadas árvores com projeto de urbanização quando o parque foi criado. Por isso, as obras provocam polêmica entre moradores, que estranharam a remoção da área verde. Cerca de 30 árvores já foram arrancadas para o trabalho. As empresas prometem compensar com o plantio de centenas de árvores (25 para cada unidade retirada) em outros locais.
Prefeitura
Quando os projetos de empreendimentos na região foram aprovados, ainda na gestão do ex-secretário Hélio Jarreta, a Prefeitura não exigiu investimentos de contrapartida em infraestrutura viária. A prática foi a mesma com os empreendimentos do Parque Jambeiro, que também foram embargados.
Segundo o secretário de Planejamento da Prefeitura, Alair Godoy, a Administração já tinha conhecimento da necessidade de duplicação da via quando executou as obras de melhoria no entorno do parque. Mas, segundo ele, a avaliação era de que seria melhor urbanizar e deixar a área “habitável” por um tempo do que manter o lixo e o grande volume de entulho na área. “Não poderia deixar uma parte abandonada como estava. Poderemos, agora, reaproveitar a grama e até as árvores”, disse. Antes de ser revitalizada, toda a área funcionava como um lixão e servia como depósito de entulhos pelos moradores da região. Também era comum haver ocupações de famílias naquela área, que foram retiradas na época. A revitalização ocorreu numa extensão de 27 quilômetros.
“O alargamento daquela avenida já está inserida nas diretrizes viárias do Município”, disse o secretário. De acordo com ele, a Prefeitura já vinha buscando recursos para conseguir viabilizar a obra, mas sem sucesso.
O engenheiro aposentado Jair José de Almeida, de 64 anos, mora no bairro desde o final dos anos 70. Ele apoia a construção da nova avenida, mas lamenta a retirada das árvores. “Há mais de 30 anos sei que deveria construir essa avenida, só não entendo por que não fizeram isso antes”, disse.
25/4/2012