Faltam motoristas no mercado de transportes de cargas

A falta de mão de obra qualificada está limitando o crescimento das empresas de transportes de cargas instaladas em Ponta Grossa, que somam aproximadamente 200 na cidade. Para tentar minimizar o problema muitas estão qualificando por conta própria. O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Ponta Grossa (Sindiponta) está tentando viabilizar a implantação de uma escola permanente de formação de motoristas de cargas pesadas na cidade conhecida como capital dos caminhões.
Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Ponta Grossa (Sindiponta), Mauri Bevervanço, muitas empresas estão qualificando por conta novos profissionais para poder atender a demanda do mercado. O principal requisito no momento da admissão é que o profissional tenha Carteira de Habilitação do tipo E. “A dificuldade de contratar mão de obra qualificada é sentida pelo setor em todo o Brasil”, diz. O agravante, segundo ele, é que o apagão de mão de obra está limitando o crescimento do setor. “Sem profissional fica difícil aumentar a frota”, comenta.
  
Dialogar com empresas, trabalhadores e entidades. Este foi o caminho escolhido pelo governo para estruturar e dinamizar o Plano Brasil Maior, com a organização de conselhos de competitividade. As primeiras reuniões já foram realizadas, colocando em pauta as questões fundamentais que envolvem os segmentos de serviços e logística.
O encontro inaugural do Conselho de Competitividade de Serviços Logísticos (CCSL) ocorreu na quarta-feira, 11, no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com a presença de 41 integrantes para discutir e propor políticas para o desenvolvimento do setor que, pela primeira vez, foi incluído na política industrial. Heloisa Menezes, secretária de Desenvolvimento da produção do MDIC, participou do encontro.
 
O CCSL é coordenado por Humberto Ribeiro, secretário de Comércio e Serviços do MDIC, e tem como vice-coordenador Luiz Carlos Rodrigues Ribeiro, do Ministério dos Transportes. As diretrizes do grupo são a consolidação do planejamento estratégico nacional do setor de transportes, aprofundamento do diagnóstico da cadeia logística ligada ao setor, revisão da matriz de transportes de cargas e promoção da preservação ambiental.
 
Ribeiro destacou o esforço do MDIC, com apoio do Ministério do Trabalho, da ABDI e do Sebrae, para a criação do conselho, que promoverá a interlocução de empresas de logística, transportadoras, operadores de armazém e operadores logísticos para a discussão de políticas de competitividade e inovação para a sustentabilidade e geração de empregos no setor.
 
De acordo com o secretário, a lógica de funcionamento do conselho será a convergência de políticas públicas. A discussão de novas medidas de incentivo ao setor será feita a partir do respeito e manutenção a políticas já existentes ou em discussão, como o Plano de Logística de Transportes do Ministério dos Transportes e de documentos dos setores naval e aeronáutico.
 
Competitividade  

Heloisa Menezes ressaltou a importância do grupo como espaço de discussão. “Diretrizes e planos de ação serão levados às instâncias de governança do Brasil Maior”, disse, enfatizando que a criação do CCSL, dentro do Plano Brasil Maior, é um salto qualitativo fundamental por representar uma nova visão de política industrial e de desenvolvimento, que passa a incorporar a estrutura de serviços de logística e de comércio às politicas tradicionalmente adotadas para o desenvolvimento industrial.
 
“Não deve estar no âmbito desse conselho o desenvolvimento da política de transportes em si, que é responsabilidade do Ministério dos Transportes”, explicou. Ela afirmou que o foco do conselho será discutir como os pontos relacionados a transporte e logística afetam a competitividade da economia brasileira, aumentando os custos e o tempo para o escoamento da produção. Ela também considera importante que o grupo analise, nas próximas reuniões, como aproveitar a onda de investimentos atuais no Brasil e como conduzi-los como geradores de demanda para a indústria nacional.
 
16/4/2012