Rodovias da região estão entre as 10 melhores do país, diz estudo da CNT

Dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT) sobre as rodovias classificam quatro trechos localizados na região entre os 10 melhores do país.
De acordo com o levantamento, a ligação entre Bauru e Itirapina (SP-225/BR-369) ocupa a 2ª posição do ranking, seguida por Barretos – Bueno de Andrada (SP-326/BR-364), em 7º lugar, Limeira – São José do Rio Preto (8º), e Araraquara/São Carlos – Franca/Itirapuã (10º).
 
Pela pesquisa, que considerou fatores como pavimento, sinalização e geometria das vias, o trecho entre São Carlos e São João da Boa Vista também é considerado ótimo, ocupando a 16ª posição, e a ligação entre Rio Claro e Itapetininga é boa (20ª). Nenhuma rodovia paulista aparece entre as piores classificadas.
 
Função econômica
Professor do Departamento de Transportes da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, José Bernardes Felex explicou que a boa avaliação está relacionada ao que os motoristas esperam das rodovias e que elas estão cumprindo seu papel no desenvolvimento econômico, principalmente por conta do transporte de carga.
 
“O transporte rodoviário não é o mais eficiente, consome muita energia, mas está contribuindo para a sociedade da melhor forma e não há concorrente. Se funciona bem e não tenho outra alternativa, dou nota alta. Ele cumpre sua função, por isso é bem avaliado”, ponderou.
 
“Nós, na realidade, estamos usando bem a tecnologia em prol dos habitantes de São Paulo e do Brasil, usando bons materiais, bons processos construtivos”, afirmou, enfatizando ainda a importância de bons profissionais na área, fatores que contribuem para o aumento da segurança. “São Paulo está tendo redução do volume de acidentes, e está subindo o número de veículos”.
 

 
Pedágios
Questionado sobre o modelo de concessão adotado no Estado, o professor afirmou que ele é positivo, apesar de críticas da população aos valores dos pedágios. “O modelo de concessão de São Paulo partiu da ideia de que deveriam tirar da conta do governo o investimento, colocar as rodovias principais como melhores e usar esse dinheiro para as secundárias”, disse.
 
“Esse modelo está funcionando, sim. É um modelo de sucesso, ao contrário do federal, que não tem apresentado interessados. Está conseguindo, no padrão brasileiro, os melhores resultados, mas a justiça do modelo é outro assunto. A questão dos preços não é tão simples”, comentou. “O país é justo quando os modelos de imposto e tarifas são justos. Cobra-se um valor pela manutenção e alimentação das rodovias e, enquanto estiver sendo bem usado, pode ser considerado justo. Pelas avaliações, é justo”.
 
Melhorias
Felex explicou que avaliações das rodovias geralmente enfatizam o transporte de passageiros, mas é preciso lançar um olhar para o transporte de cargas e suas especificidades, como a relação entre a velocidade e o escoamento dos produtos. “É o transporte de passageiros que faz a opinião, mas temos que olhar se a carga vai bem. Ela que movimenta a economia”, defendeu.
 
Também lembrou que as pessoas que tiverem críticas sobre as rodovias podem entrar em contato com a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), responsável pela fiscalização.