Empresas querem agilizar dragagem para 17 metros

Aprofundar para 17 metros o canal de navegação do Porto de Santos até 2017. Essa é a meta de um grupo empresarial formado por operadores de terminais do complexo marítimo, com apoio de políticos da região. A intenção é consolidar o cais santista como um distribuidor de cargas (hub) e agilizar suas obras de infraestrutura.
 
O Santos 17, como é chamado o projeto, foi apresentado ao ministro dos Portos, Edinho Araújo (PMDB), ontem em Brasília. Ao lado do prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), estavam o deputado federal Beto Mansur (PRB), representantes do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) e executivos do setor. 
 
Paulo Alexandre explicou que a proposta prevê uma parceria da iniciativa privada com o Governo Federal. Para acelerar a execução da dragagem de aprofundamento do canal, as empresas custeariam os estudos de viabilidade e de impacto ambiental, além do projeto executivo das obras. Eles seriam doados à Secretaria dos Portos.
 
Toda a análise seria realizada por técnicos da Universidade de São Paulo (USP) ou do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias, sob a tutela das empresas. A União ficaria responsável por executar as obras necessárias para que o canal fosse aprofundado em pelo menos dois metros, ante os 15 metros atuais (média). 
 
 
Proposta dos empresários foi apresentada ao ministro dos Portos, Edinho Araújo, terça-feira(31), em Brasília
Com as atuais dimensões e o calado de 13,2 metros (máxima profundidade que o navio pode atingir), o complexo consegue receber cargueiros de 10 mil TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). Se a profundidade for ampliada em dois metros, com o calado ficando em 15,5 metros, navios de mais de 13 mil TEU poderão escalar em Santos. A vinda de embarcações maiores permitiria o transporte de uma quantidade superior de cargas por viagem, reduzindo o custo do transporte e aumentando a competitividade do produto nacional.
 
“É uma boa parceria e com metas estabelecidas”, afirmou o prefeito, por telefone, para A Tribuna. Existe a possibilidade de iniciar os estudos até o próximo mês, o que poderia agilizar a concorrência pública que definiria a empresa executora das obras de dragagem no cais santista, explicou.
 
O ministro Edinho Araújo pediu que o grupo santista espere a consulta pública a ser realizada pela SEP no próximo dia 9, na Capital, para debater o projeto de gestão privada dos canais de acesso aos portos. A partir dessa sessão, definirá como vai tratar a proposta Santos 17. 
 
Mergulhão
 
O encontro em Brasília também possibilitou a retomada de conversas entre a SEP e a Prefeitura sobre as intervenções previstas para a região do Porto-Valongo, onde uma passagem subterrânea (o Mergulhão) poderá eliminar o conflito rodoferroviário no cais e, por consequência, permitir a reurbanização do trecho. “O Governo voltou a dizer que não tem todo o dinheiro (para o Mergulhão)”, disse o deputado Beto Mansur. 
 
A intenção é encontrar uma solução para custear essa obra, envolvendo União, Estado, Prefeitura e empresários do Porto. Atualmente, o orçamento federal prevê o repasse de R$ 300 milhões para as intervenções, orçadas em R$ 800 milhões. 
1/4/2015