10% dos caminhões trafegam com excesso de peso

Um levantamento realizado pela concessionária de rodovias EcoVias do Cerrado mostra que, a cada dez caminhões que circulam pelo trecho concessionado da BR-365, em Uberlândia-MG, ao menos um está com excesso de carga. Esta foi a média de flagrantes registrada pela balança de pesagem em movimento na velocidade da via instalada pela concessionária no km 640 da rodovia.

A tecnologia é chamada de HS-WIM (High Speed Weight in Motion), e faz a medição de veículos comerciais de forma automática, com uso de sensores instalados nas pistas e câmeras inteligentes posicionadas em pórticos.

Nesta semana, o equipamento está passando por uma segunda bateria de testes do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e do Instituto de Metrologia e Qualidade do Estado de Minas Gerais (IPEM), para atestar a precisão e a confiabilidade dos resultados obtidos. As análises fazem parte do processo de homologação do equipamento, cuja etapa de campo está finalizada.

Em um período de 50 dias, correspondentes à primeira e segunda fase de testes, mais de 108 mil veículos comerciais foram pesados pelo HS-WIM. Desse total, 7,7 mil caminhões e ônibus foram detectados com sobrecarga, uma média de 6 veículos por hora.

“É um número que nos chama atenção porque o excesso de peso coloca em risco não só a vida do motorista do veículo de carga, mas também a de outros usuários da rodovia. É um problema que está diretamente relacionado a uma maior probabilidade de acidentes, como tombamentos, saída de pista e colisões por falha mecânica”, destaca o Gerente de Operações da concessionária, Bruno Araújo Silva.

Veículos com sobrecarga também aumentam o desgaste do pavimento, contribuindo para a diminuição da sua vida útil e para o surgimento de avarias, como buracos e ondulações. Os caminhões e ônibus detectados com excesso de peso pelo HS-WIM, por exemplo, transportaram no período 18 mil toneladas a mais do que o permitido.

“Essa balança contribui de forma direta para o aumento da segurança viária, ao coibir o excesso de carga e suas consequências, que são causas de muitos acidentes e avarias a veículos. Vale destacar que a tecnologia também contribui para uma competição mais justa no setor de logística e transportes, ao detectar os usuários que não respeitam a legislação e acabam prejudicando empresas e motoristas que trafegam corretamente”, afirma Bruno Araújo Silva.

O Diretor-Superintendente da Ecovias do Cerrado, Matheus Fernandes, ressalta as melhorias que a tecnologia de pesagem em movimento pode trazer para a fiscalização no País.

Ele faz uma comparação entre o sistema e o modelo tradicional adotado nas rodovias concessionadas, que utiliza postos de pesagem, com balanças de seleção e precisão instaladas às margens das pistas.

“Tivemos uma média de 2,1 mil veículos pesados por dia no HS-WIM. Para se ter uma ideia, esse número supera e muito o que uma balança tradicional consegue pesar ao longo de um mês inteiro de operação. Estamos falando de um sistema automático e mais ágil, que tem a capacidade de pesar quase a totalidade dos caminhões e ônibus que trafegam no trecho e, o que é melhor, beneficiando também o motorista, que não atrasa sua viagem pois não precisa se deslocar para uma balança lateral que opera em baixa velocidade”, diz o diretor.

Homologação

Duas baterias de testes foram realizadas pelo Inmetro e pelo Ipem, em abril e junho deste ano, para a aferição da balança em pesagem em movimento na velocidade da via.

Os procedimentos envolviam a pesagem sequencial de veículos de carga de diferentes pesos e eixos nas velocidades de 7 km/h, 60 km/h e 90 km/h, a fim de aferir a precisão dos equipamentos e certificar a confiabilidade dos números detectados.

O HS-WIM faz parte do projeto Sandbox Regulatório, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Além da balança no km 640 da BR-365, a Ecovias do Cerrado também instalou um aparelho no km 110 da BR-364, em Cachoeira Alta-GO, a primeira a contar com tecnologia capaz de pesar veículos em pista simples, nos dois sentidos da via.

Fonte: Blog do Caminhoneiro / Foto: EcoVias do Cerrado