Rodovias de SP têm queda na qualidade do asfalto, aponta estudo

Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, constatou queda na qualidade do asfalto nas rodovias paulistas. Segundo o estudo, a vida útil do asfalto deveria ser entre 10 e 20 anos, mas a média é de oito anos.
Nas principais rodovias paulistas o asfalto está em boas condições, mas vários remendos indicam que há problemas com a cobertura asfáltica.
 
O caminhoneiro Aílton Calixto, disse que sempre vê equipes das concessionárias trabalhando, mas não vê melhoras na qualidade do asfalto. "As obras deles nunca terminam e, com isso, sempre temos problemas com um pneu que estoura, uma roda que entorta, uma mola que quebra", completou Calixto.
 
Para o professor da USP, José Fernandes Júnior, o maior problema é a qualidade da última camada que tem contato com o pneu. Na composição dessa camada, há 95% de pedras e 5% asfalto de má qualidade. "Aspectos como a adesividade que vai influenciar na durabilidade desse asfalto e aumentar a vida útil deveriam receber mais atenção, mas isso encarece o produto," disse o professor.
 
A Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) é a responsável pela fiscalização das condições das pistas. Segundo o órgão, quando necessário o pavimento é substituído e as concessionárias são obrigadas a fazer recapeamentos periódicos.
 
De acordo com o professor da USP, o ideal seria melhorar a qualidade do asfalto, pois as medidas adotadas pelas concessionárias são caras e pouco eficientes. "A frequência das intervenções precisam ser espaçadas, pois isso será feito com cada vez mais frequência", finalizou.
 
A Associação das concessionárias de São Paulo afirmou através de sua assessoria de imprensa que não vai comentar sobre o assunto, porque não tem detalhes da pesquisa.

10/4/2012