Viaoeste quer menor velocidade na pista expressa

 
A pista expressa da rodovia Raposo Tavares (SP-270), que corta o trecho urbano de Sorocaba, poderá ter a velocidade máxima de tráfego diminuída. A concessionária Viaoeste solicitou ao Departamento de Estradas e Rodagem (DER) para que a velocidade regulamentada no trecho entre os quilômetros 92 e 106, para automóveis, passe dos atuais 110 km/h para 100 km/h. Para os caminhões, o limite passaria de 90 km/h para 80 km/h.
 
A alegação da Viaoeste para a medida é a melhoria das condições de segurança da rodovia, já que neste trecho existem alças de acesso às vias marginais e expressa, além de ser uma região de forte característica urbana. Em nota, a concessionária citou também que neste trecho existem pólos industriais com volume veicular expressivo, o que reforça a necessidade de um controle mais rigoroso.
 
O pedido de redução de velocidade pela concessionária vai em direção aposta aos pedidos de aumento do limite máximo permitido nas marginais da Raposo. Um estudo nesse sentido foi solicitado pela Polícia Rodoviária Estadual à Viaoeste no final do ano passado, para que a velocidade nas marginais passasse para 70 km/h. Atualmente, o limite é de 60 km/h. O vereador Anselmo Rolim Neto (PP) também apresentou requerimento à Prefeitura de Sorocaba para que fosse encaminhado pedido de alteração da velocidade das marginais para 70 km/h, a mesma praticada na avenida Dom Aguirre, via marginal do rio Sorocaba.
 
Em resposta aos pedidos de aumento de velocidade nas marginais, a concessionária informou que o limite regulamentado nas vias foi determinada pelo DER, com base nas características geométricas (raios curtos, rampas ascendentes ou descendentes de acordo com a topografia do local) e físicas (pontos de parada de ônibus, densidade de veículos e pedestres, pólos geradores de tráfego e aproximação de trecho urbano). A concessionária alegou, porém, que o aumento da velocidade nessas vias é "impraticável", pois além da existência e uma área urbana, com a presença de pedestres, pontos de ônibus e acessos (regulares e irregulares), os motoristas têm apresentado comportamento irregular, inclusive, o não respeito ao limite de velocidade regulamentada.
 
O DER informou ontem que não foi oficialmente comunicado do pedido para análise e realização de estudo técnico para reavaliação dos limites de velocidade estabelecidos entre o km 92 e 106 da SP-270. Também em nota, o órgão apontou que, assim que comunicado, poderá agendar em parceria com a concessionária do trecho uma vistoria no local para início da coleta dos dados técnicos necessários ao estudo.
 
Desaprovação

 
Mesmo antes da conclusão do estudo técnico pelo DER, a possibilidade da redução do limite de velocidade na via expressa da Raposo Tavares já é motivo de reclamação por parte dos motoristas que trafegam pelo local. O vendedor Edmir Marques, 65 anos, que diariamente percorre a rodovia para visitar os clientes, diz que caso essa medida seja adotada, vai prejudicar o fluxo de veículos na região, principalmente nos horários de pico. "Ao invés de diminuir, o limite de tráfego na via expressa deveria ser aumentado para 120 km/h como acontece em outros trechos, principalmente agora com as marginais, que absorvem o tráfego urbano." Marques critica também o limite de 60 km/h nas marginais, que na sua avaliação está muito abaixo do que um tipo de via como essa comporta. "Virou uma fábrica de multas, pois ninguém consegue rodar a 60 km/h." O próprio vendedor já foi multado em R$ 127 por excesso de velocidade. "Procuro andar dentro do limite, mas qualquer distração já é suficiente para ser flagrado pelo radar."
 
O empresário Diogo Boeira, 33 anos, é enfático em atrelar o pedido de redução do limite de velocidade ao aumento na incidência de multas. "Em uma rodovia como a Raposo é impraticável estabelecer um limite de 100 km/h." Para ele, o limite deveria ser de 120 km/h, pois além de ser uma rodovia duplicada, existem as marginais no entorno que seguram o movimento urbano. A assistente administrativa Mirela Carvalho, 22 anos, que trabalha em uma empresa na margem da Raposo, no trecho em que é proposta a redução de velocidade, considerou que essa medida deve piorar o movimento. "Têm alguns horários que já é difícil de andar devido ao excesso de veículos, imagina então com um fluxo ainda mais lento."
 
O motorista de caminhão Douglas Tarciso da Silva, 32 anos, vai contra a opinião da maioria dos entrevistados. Na sua avaliação, o limite de velocidade no trecho urbano da Raposo deveria ser de 60 km/h. E argumentou que quanto maior a velocidade, mais um caminhão demora para frear no caso de eventualidade. "Os motoristas podem demorar alguns minutos a mais no percurso, mas pelo menos o local terá muito mais segurança." Douglas apontou que em algumas rodovias, como a Marechal Rondon (SP-300), na região de Bauru esse limite já foi adotado para o tráfego de caminhões.

1/6/2012