Trecho norte do rodoanel fica pronto em 2016

Todas as licenças necessárias para a construção do trecho norte do rodoanel Mário Covas, incluindo as ambientais,  já foram emitidas e as obras se desenvolvem rapidamente nos seis lotes (frentes de trabalho). A informação é da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), responsável pelo gerenciamento da extensão, que mantém a previsão de que o trecho será entregue até março de 2016, completando assim o traçado do rodoanel.
 
Os dados foram apresentados pelo gerente de Relações Institucionais da Dersa, Ermes da Silva, em palestra sobre o rodoanel norte na Distrital Noroeste da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Este trecho terá 44 quilômetros, interligará os trechos oeste e leste e permitirá a ligação exclusiva com o Aeroporto Internacional de Guarulhos. As obras começaram em março último e o projeto está orçado em R$ 5,8 bilhões.
 
Segundo Silva, o trecho norte do rodoanel será o segundo mais movimentado, atrás do  oeste. "Receberá, por exemplo, o transporte de cargas das rodovias Dutra e Fernão Dias, no  sentido região oeste do Estado e sul do Brasil", afirmou. A Dersa estima que o novo trecho reduzirá em 23% o volume diário de caminhões na marginal Tietê, ou, em média, 17 mil veículos pesados. "Esta é a função básica do rodoanel, projetado justamente para aliviar o tráfego de carga nas marginais Pinheiros e Tietê", disse.
 
Traçado – O rodoanel norte passará por três municípios: São Paulo, Guarulhos e Arujá. No trecho oeste,  fará confluência com a avenida Raimundo Pereira de Magalhães, antiga estrada Campinas/São Paulo, enquanto  no trecho leste a intersecção será  com a rodovia Presidente Dutra (BR-116).
 
O trajeto terá sete túneis e 111 pontes e viadutos. "Fizemos vários estudos de traçados e escolhemos o que causará o menor impacto ambiental possível", disse Silva. A preocupação com o meio-ambiente, segundo ele,  foi um fator decisivo na elaboração do projeto do trecho norte, o mais polêmico de  todo o rodoanel.
 
O principal motivo é que este trecho atravessa uma extensa área de proteção ambiental da Serra da Cantareira, na zona norte de São Paulo. "A via passará ao sul do Parque da Cantareira e, nos pontos em que há contato com a reserva de mata atlântica, a passagem será feita por túneis, reduzindo o impacto", afirmou. Posteriormente, disse, serão adotadas medidas de compensação ambiental. As obras criarão em torno de 12 mil empregos diretos. A recomendação é que as empreiteiras contratem mão de obra local.
 
Desapropriações – Um outro ponto do projeto que tem provocado polêmica e  gerado críticas é o número elevado de desapropriações – aproximadamente  mil famílias. Outras 4,6 mil serão reassentadas. Nesse caso, há duas opções: receber o valor  correspondente ao imóvel, pelo preço praticado no mercado, ou optar por uma unidade da CDHU na mesma região, avaliada entre R$ 110 mil e R$ 120 mil.
 
"Já temos terrenos disponíveis e vamos começar a construção das moradias, obras que  devem durar de 12 a 15 meses. Neste intervalo de tempo, ofereceremos um aluguel social de R$ 420, incluindo as três primeiras parcelas",  explicou Silva.
 
Transtornos –  Na avaliação do superintendente da Distrital Noroeste da ACSP, Valnoy Pereira Paixão, uma das vias mais afetadas pela construção do rodoanel norte será a avenida Raimundo Pereira de Magalhães, na altura de Parada de Taipas. Na opinião do dirigente, o aumento do tráfego de caminhões utilizados nas obras prejudicará ainda mais o já congestionado trânsito da região.
 
"Uma alternativa interessante seria restringir a circulação dos caminhões a determinados horários, talvez à noite. Alguma medida terá de ser  adotada", afirmou Paixão. "Já estamos conversando com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) sobre a implantação de algumas alternativas para reduzir os problemas viários. A Dersa, inclusive,  estuda formas de compensar os impactos no local", concluiu Silva.
 
Parte oeste foi entregue em 2002
O primeiro trecho do rodoanel, o  oeste, foi inaugurado em outubro de 2002. Com 32 quilômetros de extensão, interliga as rodovias Bandeirantes, Anhanguera, Castello Branco, Raposo Tavares e Régis Bittencourt, beneficiando as cidades de Embu das Artes, Cotia, Osasco, Carapicuíba, Barueri,  Santana do Parnaíba e os  municípios a oeste da Região Metropolitana de São Paulo. De acordo com informações da Dersa, 71 mil veículos passam diariamente pela via.
 
Posteriormente, em abril de 2010, foi aberto o  trecho sul. Com 57 quilômetros de extensão, mais 4,4 quilômetros de interligação ao município de Mauá, ele liga  as rodovias Anchieta e Imigrantes – além da região do ABC – ao trecho oeste do rodoanel. A via recebe diariamente, em média,  16 mil caminhões e 55 mil veículos, e passa pelas cidades de Embu das Artes, Itapecerica da Serra, São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Ribeirão Pires e Mauá.
 
O trecho leste, da mesma forma que o norte, também está em fase de construção. Quando estiver concluído, em março de 2014,  interligará os trechos norte e sul às rodovias Presidente Dutra e Ayrton Senna. Ao todo serão 43,5 quilômetros de extensão, proporcionando uma ligação mais rápida e eficiente com o Porto de Santos e o Aeroporto Internacional de Guarulhos.