Trânsito piora com mais carros nas ruas e transporte sem investimento

Estudo da CNT mostra que o transporte individual cresceu em um ritmo mais de três vezes e meia maior do que a rede de trens e metrô no país.

Um estudo da Confederação Nacional do Transporte mostra que o transporte individual cresceu em um ritmo mais de três vezes e meia maior do que a rede de trens e metrô em todo o país. A pesquisa também mostra que a rede ferroviária está longe de dar conta da necessidade dos passageiros.

O sistema de metrôs e trens cresceu quase 7% no Brasil inteiro entre 2011 e 2015. Segundo o estudo, não acompanhou o crescimento da população.

Não é por falta de passageiros. O número de pessoas que usam trens e metrôs cresceu pelo menos 30% no país.

No Rio de Janeiro, por exemplo, a malha do metrô foi ampliada recentemente. Mais 16 quilômetros até a Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Mesmo antes dessa expansão, o número de passageiros já tinha crescido 27% na rede.
Todos os metrôs do país somados têm 309 quilômetros de extensão. Menos do que o metrô de cidades como Xangai, Londres, Nova York ou Tóquio.

E mais, no Brasil, das 22 Regiões Metropolitanas com mais de um milhão de habitantes, dez não têm transporte ferroviário, cidades grandes como Curitiba, Belém, Goiânia e São Luís.

O levantamento também aponta para um dado preocupante: o aumento da frota dedicada ao transporte individual: cresceu 24,5%. Ou seja, mais carros nas ruas, mais congestionamentos e mais tempo gasto no trânsito.
O Brasil precisa ampliar em pelo menos 850 quilômetros a malha de metrôs e trens. É bastante. Isso corresponde a 80% da infraestrutura que já existe. E o custo disso seria em torno de R$ 167 bilhões.