Trânsito em São Paulo está cada vez mais lento, afirma CET

Um estudo realizado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) confirmou o que muitos paulistanos já haviam reparado: o trânsito na capital paulista piorou. A velocidade média registrada nas principais vias da cidade diminuiu ainda mais no ano passado.
 
A queda ocorreu de forma geral, tanto no início como no fim do dia. Das 7h às 10h, considerado o horário de pico da manhã, a velocidade média no sentido bairro-centro foi de 18,1 km/h, o número mais baixo verificado desde o início das medições pela companhia, em 2005, quando a média era de 22,9 km/h.
 
No fim da tarde, na volta para casa, a viagem também ficou mais lenta: os veículos circulam, em média, a 16,8 km/h entre as 17h e as 20h. Trata-se do segundo menor índice histórico, superado só pelo de 2009, com 16,1 km/h.
 
Na parte da manhã, os veículos se mantêm, em média, a 9,2 km/h no corredor formado pelas avenidas Zaki Narchi, Santos Dumont, Tiradentes e Prestes Maia. Campeã de lentidão no período, essa rota liga a zona norte à região central.
 
Antes, em 2010, ela aparecia em décimo lugar e a liderança de trânsito lento pertencia à rota formada pela estrada de Itapecerica e a Avenida João Dias, na zona sul, que agora ocupa o quarto lugar, com 13,1 km/h.
 
Entre o fim da tarde e o início da noite, o trajeto das ruas Teodoro Sampaio e Cardeal Arcoverde, em Pinheiros, zona oeste, foi eleito, novamente, o pior. Ali, os veículos alcançam 7,4 km/h. Em 2010, eram 8,3 km/h.
 
Devagar e sempre
 
Essas rotas estão saturadas, e outras caminham para a mesma situação. A avenida 23 de Maio recebe, pela manhã, no sentido bairro-centro, até 9.400 veículos por hora, mais de 50% acima do volume ideal para permitir a fluidez da via.
 
O levantamento foi feito pela CET ao longo de 2011, quando pesquisadores percorreram em carros as 32 rotas mais importantes da malha viária, que juntas somam 255 km.
 
As explicações para os resultados se repetem há anos, assim como o que é necessário fazer para desatar esse nó. A CET atribui o esgotamento das vias principalmente ao crescimento contínuo da frota de veículos. Segundo a companhia, em 2011 a cidade chegou à taxa de 63,4 veículos para cada 100 habitantes, mais que o dobro do índice verificado em 2005.
 
Outra causa apontada pela companhia é a concentração de viagens de áreas distantes da cidade para regiões com alta concentração de atividades, como a Vila Olímpia, na região sul.
 
Especialistas em engenharia de tráfego incluem na lista de culpados a limitação do espaço viário, a expansão da economia, que faz as pessoas circularem mais pela cidade e a falta de investimento em transporte público.
 
Data: 05/11/2012