Projeto do Museu do Transporte é lançado em São Paulo

A Fundação Memória do Transporte (Fumtran), ligada ao sistema CNT, Confederação Nacional do Transporte, apresentou o projeto do Museu Brasileiro do Transporte em São Paulo/SP, na terça-feira (18/9).  A proposta do museu é de ser um espaço que traduza a complexidade e a riqueza do transporte. “Será um lugar dedicado ao conhecimento e à interatividade, que conte uma história, em sua essência e singularidade, emocionando e conquistando cada visitante; despertando a curiosidade, semeando o conhecimento, inspirando a transformação”, explica Elza Lúcia Panzan, presidente da FuMtran e responsável pela gestão do projeto.
 
O presidente da FETCESP, Flávio Benatti, elogiou o trabalho de Elza Lucia para viabilizar o lançamento do projeto. “Todos os modais terão as suas histórias  contadas através deste projeto arquitetônico moderno e interativo do Museu”, destacou Benatti.,
 
O Museu Brasileiro do transporte será construído às margens da Rodovia Dom Pedro I, em Campinas (SP), atenderá a região, São Paulo e demais Estados. Sua localização é privilegiada, pois está próxima de grandes rodovias, aeroportos e centros regionais do Estado. A expectativa é que as obras tenham início no segundo semestre de 2013 e a sua conclusão no final de 2014. O custo total do Museu está estimado em R$ 90 milhões.
“O cronograma de execução do projeto dependerá do retorno da nossa busca por
recursos financeiros junto ao BNDES, Lei Rouanet e empresas e instituições diversas”, ressaltou Elza Lucia.
 
Mais que um sonho, uma missão. O Museu é um projeto antigo, pensado há muitos anos pelo visionário Adalberto Panzan, empresário do setor, profundo conhecedor das suas características e das peculiaridades culturais do Brasil, bem como do cenário socioeconômico do país. Ao lado do marido executivo, Elza Lúcia Panzan foi sempre uma companheira presente e extremamente ativa, herdando a paixão pelo transporte nacional e a garra em lutar por sua melhoria a cada dia. Seu currículo, além de inúmeros certificados em cursos, encontros técnicos e congressos do setor, reúne um amplo repertório vivencial, adquirido ao longo de muitos anos e muitas viagens. Caminhos de descobertas e oportunidades que puderam demonstrar, com riqueza de detalhes, o que há de mais moderno, de erros e de acertos, de soluções inovadoras e iniciativas criativas no campo do transporte em todo o mundo.
 
 
Conceito arquitetônico
Criar um espaço único, onde as pessoas possam vivenciar o transporte de maneira interativa, em uma experiência ímpar. Um ambiente limpo, onde a modernidade se expressa nas formas, impactando o visitante, sem roubar o brilho do próprio Museu Brasileiro do Transporte. Ao escritório Athié/Wohnrath coube a missão de desenvolver o conceito arquitetônico do novo museu. A proposta é uma obra que traduza toda a realidade do setor de transportes no Brasil em um terreno urbano, e ainda transformar parte desse espaço em um centro de convenções contemporâneo, flexível, voltado à comunidade e ao mercado e, conseqüentemente, ancorado em bases sustentáveis, de forma a tornar-se rentável. Aço, concreto e vidro conferem ao projeto elegância, força e transparência. O museu Brasileiro do Transporte será um espaço  inteligente, moderno, democrático.
 
O conceito arquitetônico pensou em como levar o visitante a transcender essa experiência. Como proporcionar a cada pessoa a oportunidade de “viajar” pelo museu. Espaços que se comunicam e interligam-se, alturas e corredores longelíneos, estímulos sensoriais. Cada detalhe foi pensado e desenhado de forma a transportar cada visitante a uma experiência inesquecível. Ao se entrar no museu, o passeio não é linear. Ele poderá ser pensado e organizado de diferentes formas, com diferentes roteiros. Aproximar o visitante ao universo do transporte por meio de espaços que permitam maior integração. Para tanto, o escritório Athié/Wohnrath concebeu o museu em uma base de circulação vertical que interliga duas grandes caixas de vidros e salas de exposições que lembram os conhecidos contêineres coloridos. Em alturas desiguais, esses contêineres criam a impressão de um ambiente suspenso. Um conjunto que representará os elementos – Água, Terra e Ar, abrigando todos os modais do transporte – terrestre,  aéreo, ferroviário e aquaviário.
 
Conceito museológico
Extraordinariamente grande e complexo. Assim é o universo dos transportes no Brasil. A base para o desenvolvimento de um conceito de museologia é a pesquisa. A partir dela se aprofunda o olhar em aspectos históricos, sociais, culturais, estruturais e econômicos. Cada elemento precisa ser considerado e contextualizado para que se possa chegar a uma linguagem adequada e possa se escolher, então, a partir de que atributos se contará aquela história. Foi preciso elencar pilares dessa informação e organizá-la de forma que o conteúdo apresentado tenha valor, eduque, entusiasme, inspire e represente, com fidelidade, clareza e abrangência, o legado do transporte no Brasil. O desafio dessa etapa ficou para a arte3,  escritório formado em que tem em seu currículo projetos como os predicados que o Museu do Transporte no Brasil exigirá: criatividade, contemporaneidade, tecnologia e, acima de tudo, respeito ao visitante.
 
O conceito museológico do Museu Brasileiro do Transporte considera um universo multimodal e as grandes transformações que o país viveu ao longo das últimas décadas, tendo no transporte um ator expressivo da mudança, representado no museu em todos os modais – rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo. À frente do conceito museológico, três fortes talentos desta área do país. Os profissionais da arte3, Pedro Mendes da Rocha, responsável pela cenografia -, e curadoria de Ana Helena Curti.  Pedro Mendes da Rocha é arquiteto, autor dos projetos arquitetônicos do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, entre outros. Ana  Helena Curti tem mais de 20 anos de experiência em assessoria e produção na área de marketing cultural. O conteúdo do Museu do Transporte no Brasil leva a assinatura do renomado professor Fabio Magalhães, museólogo e ex-curador-chefe do Museu de Arte de São Paulo (MASP). Magalhães integra os conselhos da Fundação Padre Anchieta, da Fundação Bienal de São Paulo.
 
 
Marca forte
 Segundo Gabriel Martinez, designer responsável pelo projeto na 1818BR – consultoria gestora das ações de marketing, o desafio era encontrar algo que, de uma maneira elegante e humanista transmitisse a grandiosidade do projeto que reunirá acervo de todos os modais do transporte. “O museu tem seu tempo de construção. Enquanto isso, a sua bandeira será a da educação e da discussão de grandes temas do setor, e ela será erguida por um programa denominado Transporta!Brasil,”explica Francisco Britto, diretor da 1818BR. Eduardo Jacsenis responde pela produção Cultural do Museu Brasileiro do Transporte.


Museu vista noturna


Museu vista lateral