Pressão de custos é maior entrave

Ainda que 2013 desperte o otimismo do setor logístico, a pressão de custos seguirá um entrave ao crescimento. O diretor de capacitação do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), Maurício Lima, diz que os custos das transportadoras subiram 21% em 2012, sendo 14% com a nova lei dos motoristas, mas a alta média dos fretes foi de apenas 10%.
 
Segundo Lima, uma das principais inseguranças do setor está vinculada aos combustíveis. "O governo desonerou a Cide (Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico) em 2012 e, com isso, conseguiu um aumento do diesel de apenas 6%. Agora, há uma insegurança se ele vai conseguir manter o preço", diz, ressaltando que o combustível representa 28% do custo total de um transportador.
 
Este ano ainda tende a ser um período movimentado em termos de fusões e aquisições, diante das novas regras da Lei do Descanso dos Caminhoneiros. A legislação tem exigências como o descanso de 30 minutos a cada quatro horas de rodagem, o respeito de uma hora diária para almoço e o repouso por 11 horas a cada 24 horas trabalhadas.
 
"O grande problema é o passivo trabalhista (com o descumprimento da lei), que é uma conta que pode chegar aos poucos às empresas. O mercado na ponta é muito pulverizado, com transportadoras menores ou autônomas, e passa por um momento de consolidação", afirma Lima, ressaltando que as empresas estão apreensivas.
 
Segundo o diretor técnico da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), Neuto Gonçalves dos Reis, além de demandarem mais motoristas para atender as novas exigências, as companhias precisam aumentar suas frotas, depois da limitação das compras em 2012. "As empresas vão precisar de mais caminhões e motoristas por conta da lei e os custos ainda tendem a aumentar por conta de combustível, e há uma grande dificuldade em repassar aos clientes", afirma.