Polícia identifica acusados de roubo de carga e esclarece 8 crimes na região

A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Santos desmantelou uma quadrilha especializada em furtos e roubos de cargas. Nove acusados foram identificados. A maioria está presa. Pelo menos oito crimes foram elucidados.
 
Embora o café fosse o produto mais visado, porque o bando tem mais facilidade para negociá-lo com receptadores, outros tipos de cargas não eram desprezados, desde que surgissem oportunidades de levá-los.
 
Por exemplo, aos marginais é atribuído o furto de um contêiner carregado com cafeteiras elétricas. Avaliadas em cerca de R$ 800 mil, as mercadorias foram retiradas de um terminal da Alemoa, em Santos, bairro onde ocorreu a maior parte das ações da organização criminosa.
 
 
O caminhão roubado na Serra quebrou e dois suspeitos foram presos
Para o sucesso desta investida, os ladrões contaram com informações privilegiadas sobre o contêiner no qual estavam as cafeteiras. Depois, eles aliciaram um funcionário do terminal para que a carga fosse liberada para um marginal.
 
“Este ladrão chegou ao terminal dirigindo um caminhão e se passou pelo motorista incumbido de realizar o frete do carregamento de cafeteiras. Como já havia sido recrutado pela quadrilha, um conferente de pátio fez vista grossa e o furto se consumou”, disse o investigador Luiz César de Almeida.
 
Batata congelada
 
O bando começou a ser descoberto após o roubo de uma carga de 10 toneladas de batata congelada, no início de fevereiro deste ano.
 
O caminhoneiro foi rendido em Santos, sendo mantido em cárcere privado em um cativeiro por alguns ladrões, até os demais sumirem com a carga.
 
Segundo o delegado Luiz Ricardo de Lara Dias Júnior, foi apurada a ligação desse crime com outros já investigados e delitos que ocorreram depois. Além de café, batata congelada e cafeteiras, a quadrilha também furtou ou roubou carregamentos de pias inoxidáveis, azeite e açúcar.
 
“Quando agiam mediante violência ou grave ameaça, os ladrões diziam aos caminhoneiros que não queriam os veículos, mas apenas as cargas. As vítimas eram passadas para um carro e levadas para um cativeiro, enquanto o resto do bando sumia com os produtos. Depois, abandonavam o caminhão e libertavam o motorista”, explicou o chefe dos investigadores Paulo Carvalhal.
 
Único membro ainda solto é apontado como cabeça
 
A quadrilha era caracterizada pela divisão de tarefas entre os seus membros. Apontado como o cabeça, Jefferson Miguel Melo, o Zóio, ainda não foi detido. Ele planejava as ações e tinham os contatos para revender as cargas. Considerado o seu braço direito, Diego de Santana Pinto Ruiz, o Smith, está preso.
 
Incumbido de comandar as abordagens aos motoristas, Diogo da Silva Nunes, o Fininho, foi capturado na Curva da Onça, no trecho de Serra da Via Anchieta, quando se dirigia ao Planalto em um caminhão levando um contêiner com uma carga de café recém-roubada em Santos e avaliada em R$ 452 mil.
 
O veículo era guiado por André Gouvea de Andrade, integrante do bando encarregado de dirigir caminhões com cargas roubadas. O veículo, porém, apresentou defeito, possibilitando a prisão em flagrante da dupla por policiais de São Bernardo do Campo.
 
Apelidado por Hot Dog, Vitor Tavares Freitas era o motorista de um Corsa vermelho usado em alguma das ações do bando. A quadrilha utilizou em outras investidas um Siena preto, cujo motorista era Diogo Pereira da Silva.
 
“Nesses automóveis, os marginais abordavam os caminhoneiros e depois os levavam aos cativeiros”, disse Carvalhal. O policial também contou que Sidnei Pereira da Silva, Ailton Thomaz de Campos Sampaio Monteiro e Bruno da Silva Aires se revezavam em funções de render as vítimas e vigiá-las nos cativeiros, entre outras.