Pelo terceiro ano consecutivo, Codesp obtém lucro

Pelo terceiro ano consecutivo, a Codesp, estatal que administra o complexo santista, registrou lucro líquido. Em 2011, o montante foi de R$ 65,209 15milhões, 46% a mais do que no exercício anterior, quando o retorno financeiro foi de R$ 44,496 milhões.

O lucro líquido é o lucro bruto, descontados impostos e taxas habituais. Já o lucro bruto é calculado pelo resultado positivo reduzindo-se custos e despesas. No ano passado, ele registrou R$ 331,585 milhões, 1,97% a menos do que em 2010, quando foi de R$ 338,259 milhões.

“Os resultados, a nova sistemática de licitação de áreas para arrendamento e a recuperação de créditos de difícil solução propiciaram um fluxo de caixa mais compatível com as necessidades da empresa”, afirma o diretor de Administração e Finanças da estatal, Alencar Costa.

A Codesp utilizou, no ano passado, 19,7% do montante disponível para a execução de investimentos. Do total de R$ 180,5 milhões, apenas R$ 35,5 foram utilizados.
Desta soma, R$ 28,3 milhões são recursos do Tesouro, sendo R$ 15,2 milhões destinados a projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O início das obras da Avenida Perimetral da Margem Esquerda utilizou R$ 13,2 milhões, no ano passado. O restante que foi repassado, R$ 84,2 milhões, será executado a partir deste ano. Em virtude do bom desempenho financeiro da Codesp, chegou-se a cogitar, no ano passado, a abertura do capital da empresa. Segundo o presidente da Docas, José Roberto Correia Serra, a ideia é colocar ações da companhia na Bolsa de Valores, em prazo ainda a ser definido. Quando a medida entrar em prática, qualquer pessoa poderá adquirir cotas até um limite de participação, estabelecido pela estatal.

No máximo, 49% das ações devem ser abertas para o público na Bolsa de Valores, pois a maioria será reservada para o Governo. De acordo com o balanço do último ano, a receita patrimonial proveniente de arrendamentos operacionais registrou incremento de 10,3%. Ela passou de R$ 297,1 milhões, em 2010, para R$ 327,6 milhões.

Os valores recebidos nas licitações das áreas arrendadas à NST, à Cargill e à Union (TEV) somaram R$ 486,3 milhões, que ainda não foramo incorporados ao resultado contábil da empresa. Isso ocorrerá no decorrer da vigência dos contratos. Tal medida acontece devido a uma regra do Conselho Federal de Contabilidade, que define que os lançamentos dos valores recebidos sejam contabilizados em caixa, mas não nos resultados. Lucro – A proposta de utilização do lucro líquido, por parte do Conselho de Administração (Consad), destinou R$ 49.709.499,93 para reserva.

Desse total, R$ 3.260.475 serão para reserva legal e R$ 46.449,0294,93, para retenção de lucros. A distribuição de dividendos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio, na proposta do Consad, movimentará R$ 15,5 milhões. Para os orçamentos deste e dos próximos dois anos, são reservados R$ 171.569.359. Este valor tem como finalidade atender parcialmente, com recursos próprios, as necessidades de capital previstas no programa plurianual de investimentos. A partir desses resultados, será proposto o aumento do capital social da empresa aos acionistas, no próximo dia 20. Se aprovado, ele passará de R$ 783.994.706,25 para R$ 791.221.426,72.

Passivo – No balanço financeiro do ano passado, a Codesp também registrou a redução do passivo em R$ 1,2 bilhão. O valor se refere a ações trabalhistas e cíveis julgadas em favor da empresa, além do parcelamento de dívidas anteriores. “Em 2006, a empresa dispunha de R$ 0,60 para cada real de dívida. Hoje, temos caixa de R$ 1,86 para cada real a saldar”, afirma o diretor. Operações – A receita operacional líquida durante o ano somou R$ 629,199 milhões. O valor é 3,69% maior do que o registrado em 2010, quando R$ 603,875 milhões entraram nos cofres da empresa. Nesta receita, estão inseridos os montantes gerados com a utilização das infraestruturas portuária e terrestre, além de arrendamentos e aluguéis e outros impostos.

Mesmo com o bom desempenho e o equilíbrio das despesas da empresa, permanece a necessidade de recomposição da receita através de reajuste tarifário. A revisão não ocorre há sete anos e vem sendo analisada pelo Conselho de Autoridade Portuária (CAP). “Toda essa melhoria nos índices aconteceu sem aumentos das tarifas portuárias. Como parâmetro, o IGP-M no período subiu 41,29%”, afirma Alencar Costa.

18/04/2012