Paraná possui 100 mil km de estradas não pavimentadas

A maior parte das estradas do Paraná, item essencial da infraestrutura do estado, não possui pavimentação. De acordo com os dados do Sistema Nacional de Viação (SNV), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), dos mais de 120 mil quilômetros de estrada que cortam o estado, somente 20,9 mil quilômetros, ou 17,6%, são pavimentadas.
 
Ao todo, 82,4% das estradas do Paraná não possuem algum tipo de pavimentação, o que deixa o estado acima da média nacional. Dos quase 1,7 milhão de quilômetros que cortam o Brasil, 80,3% (mais de 1,3 milhão de quilômetros) não são pavimentadas, enquanto 12,1% já possui pavimentação e outros 7,6% são vias planejadas, ou seja, ainda não saíram do papel.
 
Dividida por esfera de jurisdição, a malha sob responsabilidade dos municípios, é disparado, a que tem menos estradas pavimentadas no Estado: somente 7 mil quilômetros, ou seja, 6,7% dos 105 mil quilômetros de rodoviais municipais. Isso significa ainda que a esmagadora maioria (81,01%) das estradas do Paraná que não possuem pavimentação são de responsabilidade dos municípios. Ainda assim, a média de estradas municipais do estado pavimentadas fica bem acima da média dos demais municípios brasileiros, de apenas 2%.
 
Já nas estradas que estão na esfera estadual e federal, o índice de pavimentação é bem mais alto: 85% no caso das rodovias estaduais, 94,2% no caso das rodovias federais que cortam o Paraná. Novamente, bastante acima da média nacional, cujo porcentual de 43,5% e 54,2%, respectivamente.

Outro dado interessante é que do total de estradas pavimentadas no Paraná, 95% são de pista simples, bastante acima da média nacional, de 87%.
 
A falta de pavimentação, porém, é somente um dos problemas da infraestrutura logística brasileira. Em 2013, uma pesquisa do Instituto Ilos revelou que para 99% das maiores empresas do setor, os problemas de infraestrutura fazem com que o país perca em competitividade, sendo que estradas malconservadas são o principal problema (97%). Por conta disso, há acréscimo no custo operacional (em torno de 25%, de acordo com a Confederação Nacional do Transporte).
 
Para a economista Daniela Rocha, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, a infraestrutura logística ainda é o grande desafio para o agronegócio. “A produção tem aumentado por causa dos avanços tecnológicos, mas a gente está com dificuldade de escoar”, disse em entrevista à Agência Brasil, apontando ainda como solução o investimento nos portos — no caso do Paraná, o porto de Paranaguá, um dos maiores do Brasil, seria uma possível saída.