Número de atropelamentos cresce em duas rodovias do noroeste paulista

O número de mortes e atropelamentos aumentou em duas das principais rodovias da região noroeste paulista: a Washington Luiz e a Euclides da Cunha. O aumento é em comparação ao mesmo período do ano passado. A polícia afirma que o fluxo de pedestre nas estradas é preocupante e que muita gente se arrisca atravessando a pista.

De janeiro até junho foram registrados 15 acidentes deste tipo, seis pessoas morreram, nas rodovias Euclides da Cunha e na Washington Luiz. Os números já são maiores que os apresentados durante todo o ano de 2014, quando foram registrados 10 atropelamentos e duas mortes.

O tenente da Polícia Rodoviária Estadual de Votuporanga (SP), César Augusto da Silva, diz que o fluxo de pedestres nas duas principais rodovias que cortam a região é preocupante. A maioria dos acidentes acontece à noite, quando a visibilidade é menor. “O importante é transitar com cautela, velocidade reduzida em perímetro urbano e à noite. Com isso, os acidentes vão cair bastante. Mas não tirando a responsabilidade do pedestre que deve observar as normas de segurança para atravessar a rodovia”, afirma.

Mesmo tomando cuidado, ao atravessar a pista, o pedestre se arrisca. Por isso, a orientação da polícia rodoviária é para que as pessoas procurem passagens exclusivas, como as passarelas, sobre a rodovia Euclides da Cunha. O problema é que mesmo diante da opção segura, tem gente que prefere correr perigo entre os veículos lá embaixo.

Funcionários de uma fábrica que fica na marginal da rodovia saem para o almoço e cruzam a pista, ao lado da passarela. “Perde muito tempo passar pela passarela”, diz o montador Everton Cordeiro.

A falta de conscientização também coloca em risco a vida dos motoristas, que passam pelo local. O caminhoneiro Edson da Silva dirige atento perto das cidades e conta que já precisou agir rápido para evitar um acidente. “Já precisei brecar, buzinar para não atravessar. As pessoas querem ir pelo caminho mais fácil, mas não é o mais seguro”, diz o caminhoneiro.

O pedestre não tem muitas opções, entre Votuporanga e Fernandópolis (SP), por exemplo, há apenas duas passarelas. O aposentado Vanderlei Alves da Silva ainda parece não acreditar na morte do primo, atropelado na Rodovia Euclides da Cunha. Edilson José de Souza, de 43 anos, foi atingido por um carro, quando atravessava a pista. “No lugar que ele foi atingido não é lugar para a gente andar, rodovia é perigosa e as pessoas podem perder a vida por causa de nada”, diz o aposentado.

A Triângulo do Sol que tem a concessão da rodovia Washington Luiz informou que no trecho de Santa Adélia (SP) até Mirassol (SP), existem nove passarelas e 14 passagens que permitem a travessia de pedestres com segurança. Não existe projetos para novas passarelas no trecho.