Nova lei obriga motoboys a fazer um curso para poder trabalhar

O Denatran está preocupado com o número de acidentes envolvendo motocicletas. Em 2010, pela primeira vez a taxa de mortalidade entre motociclistas foi maior que entre pedestres e motoristas.
 
Começou nesta segunda (25), em São Paulo, uma campanha de orientação de motoboys. A partir de agosto, todos vão precisar fazer um curso e providenciar adaptações nas motos.
 
Vida de motoboy é corrida, mas agora é preciso parar um pouco e fazer 30 horas de aulas teóricas e práticas. O curso é uma das exigências da lei que criou a profissão de motofretista em todo país.
 
O Denatran está preocupado com o número de acidentes envolvendo motocicletas. Em 2010, pela primeira vez a taxa de mortalidade entre motociclistas foi maior que entre pedestres e motoristas.
  
Em três anos, o custo para o SUS de internações por acidentes com motos mais do que dobrou: chegou a R$ 96 milhões. Agora, eles vão ter que andar na linha.
 
Com o certificado de conclusão, vai ser preciso pedir uma segunda via da carteira de habilitação com a inscrição: “motofretista”.
 
As motos também precisam se equipadas com protetores de pernas, antenas para cortar linha e faixas refletivas no garfo, nas laterais, no baú e abaixo da placa, que deve ser trocada por uma vermelha.
 
As faixas refletivas no capacete e no colete também passam a ser obrigatórias. Para deixar moto e documentação em ordem, o custo, em São Paulo, passa de R$ 700.
 
A fiscalização está marcada para começar no dia 4 de agosto. As campanhas de orientação já começaram, mas pouco mais de um mês antes na nova lei entrar em vigor, poucos motoboys fizeram o curso que passa a ser obrigatório para exercer a profissão.
 
Na cidade de São Paulo, existem 200 mil motoboys. Dois anos depois que a lei foi regulamentada, apenas quatro mil têm o certificado. Em Belo Horizonte, dos 30 mil profissionais, 51 fizeram o curso. Em todo o estado do Rio Grande do Sul, são 350 mil. Apenas mil com certificado. Em Brasília, as instituições responsáveis estão definidas, mas ainda não foram credenciadas.
 
“O sindicato orienta que esse pouco número de vagas que tem seja ocupado, que eles procurem se qualificar, procurem fazer o curso de 30 horas”, afirmou o presidente do Sindicato dos Motoboys de São Paulo Gilberto Almeida.
 
O Denatran declarou que a responsabilidade de oferecer o curso é de cada estado e que os motoboys tiveram mais de um ano pra fazer o curso. Segundo o Detran de São Paulo, as vagas são em número reduzido, mas, mesmo assim, nem todas foram preenchidas.