Navios e caminhões fazem fila

Os portos, responsáveis por 95% do comércio exterior brasileiro, viraram o símbolo da ineficiência da infraestrutura brasileira. O enredo dessa história é o mesmo, todos os anos. Basta começar a safra de grãos para os problemas virem à tona, como as enormes filas de caminhões nas rodovias e de navios no mar. A situação é decorrente dos longos anos sem investimentos, que condenaram alguns terminais à estagnação e decadência.
 
Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que para melhorar a eficiência operacional e competitividade dos portos nacionais seria necessário fazer 265 obras e investir R$ 43 bilhões na construção, ampliação e recuperação das áreas portuárias. O montante inclui ainda projetos de acesso terrestre, como ferrovias e estradas, dragagens e modernização dos equipamentos operacionais.
 
Um dos problemas detectados pelo Ipea já começou a ser atacado pelo governo federal: a dragagem dos canais de acesso marítimos dos portos. Mas o resultado tem surgido de forma muito lenta. A profundidade dos canais ainda é uma das principais deficiências dos terminais para receber grandes embarcações.
 
O setor será um dos contemplados no novo pacote que a presidente Dilma Rousseff planeja lançar até o fim do mês. Além de apresentar um novo modelo para o setor, o projeto tem o objetivo de resolver algumas pendências antigas que estão travando investimentos essenciais para a retomada da competitividade do País.