Logística pesa sobre Ecorodovias

O resultado da Ecorodovias no quarto trimestre de 2012 não trouxe grandes surpresas para o mercado, embora efeitos não recorrentes tenham pesado. O que chamou a atenção de casas como Credit Suisse, BofA Merrill Lynch e J.P. Morgan foi a piora da margem do segmento logístico.

O Ebitda ajustado da Ecorodovias, que exclui a receita e o custo de construção e provisão para manutenção do saldo dos custos dos serviços prestados, aumentou 39,5% no trimestre, para R$ 382 milhões, e a margem Ebitda ajustada caiu 1,6 ponto, para 62,2%.

Na Elog, seu braço de logística, o Ebitda ajustado totalizou R$ 12,9 milhões, com margem de 18,6%. Os números se referem à participação de 80% do grupo na empresa e desconsideram efeitos não recorrentes do período, como a venda do Ecopátio Imigrantes e o reconhecimento de despesas relativas aos investimentos realizados no Ecopátio Viracopos, em função da descontinuidade do projeto.

Com a visão mais negativa entre as três casas, o BofA destacou, em relatório assinado por Sara Delfim, Murilo Freiberger e Roberto Otero, que entende que a logística segue como um segmento de negócio mais volátil e, portanto, sujeito a oscilações de margens. O diretor-presidente da Ecorodovias, Marcelino Rafart de Seras, disse, em teleconferência, que a companhia teve em 2012 gastos com uma campanha divulgada na mídia e com estudos para novos investimentos e aditivos. Segundo o executivo, os gastos na divisão não são recorrentes, porém foram necessários para o crescimento da empresa.

Como ponto positivo, as casas citaram o desempenho na divisão portuária. O complexo Tecondi mostrou Ebitda ajustado, desconsiderando as despesas das holdings incorporadas pelo complexo e provisões para contingências, de R$ 52,7 milhões no quarto trimestre (alta de 24,3%) e margem Ebitda ajustada de 36,8%, ante os 34% de igual intervalo de 2011. O volume de contêineres movimentados aumentou 22% e totalizou 85.344 contêineres no trimestre.

O BofA ressaltou que, embora veja a Ecorodovias como uma companhia de ativos de alto valor agregado, permanece cauteloso, diante da volatilidade dos negócios de logística e portos; dos riscos envolvidos na regulação portuária; dos riscos de competição no porto de Santos e seus impactos nos volumes e preços no Tecondi; e do perfil mais agressivo nos últimos lances de leilões, que poderão afetar a próxima rodada envolvendo rodovias e aeroportos.

O lucro líquido da Ecorodovias cresceu 27% no quarto trimestre de 2012 em relação ao mesmo período de 2011, para R$ 130,5 milhões, enquanto a receita operacional líquida aumentou 46,2%, para R$ 720,5 milhões. Ajustada – excluindo construção -, a receita subiu 43%, para R$ 613,3 milhões.