Levantamento mostra que mais de 60% das rodovias têm problemas

De Norte a Sul do Brasil, o motorista tem encontrado estradas em péssimas condições. Asfalto ruim, falta de sinalização e muitos buracos são problemas relatados com frequência. E ainda para piorar, os pontos considerados críticos, aqueles que têm verdadeiras crateras na pista, aumentaram.

 

Quem está na estrada sabe como são estes pontos críticos: mal dá para passar o carro, o caminhão. Além das crateras, quando tem queda de barreira, pontes em péssima situação. O aumento desses pontos críticos foi de 15%.

 

O motorista pega a estrada e dá de cara com uma erosão gigante em Rondônia.

 

“Horrível. A gente vem para cá, demora uma hora para atravessar esse negócio. É difícil”, conta um motorista.

 

E é de Norte a Sul do país, há buracos em uma estrada no Rio Grande do Sul. “Essa estrada está crítica. Faz uns 10 anos que está uma vergonha esses buracos. Tapam o buraco hoje e, duas chuvas, três, já está tudo aberto de novo”, comenta um homem.

 

E tem ponte caída, queda de barreira: 15% a mais de pontos críticos em relação ao ano passado. Esses são problemas pontuais, mas a pesquisa mostrou situações críticas em mais da metade das rodovias estaduais e federais de todo o país.

 

Das 139 BRs, só uma, a BR 478, em São Paulo, foi considerada ótima. As outras 104 estão regulares, ruins ou péssimas. Uma delas é a BR 425, em Rondônia.

 

Em relação ao asfalto, desgaste e trincas aparecem em quase 64% das estradas. Quanto à sinalização, mais de 50% das faixas estão com a pintura apagada ou inexistente. E 12% das placas estão desgastadas ou ilegíveis.

 

Mas, o principal problema é projeto da estrada mal feito. Na DF 001, o motorista da equipe do Bom Dia Brasil tentou dar uma paradinha e não conseguiu, porque não tem acostamento. Tem curvas sem indicação. O carro balança porque o estado da pista é muito ruim. Isso se repete em todo o país.

 

As estradas sob administração de concessionárias, que tem pedágio, estão em condições bem melhores, mas pioraram um pouco em comparação com 2013.

 

Segundo a Confederação Nacional do Transporte, as estradas melhores estão nas regiões Sudeste e Sul. As mais ou menos, nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. As piores na Região Norte.

 

Ainda de acordo com o estudo, quem transporta carga acaba tendo um custo maior de 26% em média, considerando os atrasos na viagem, os gastos com o caminhão e os riscos. O que reflete no preço final dos produtos, sem falar no aumento dos acidentes.

 

“A nossa avaliação é que o Brasil precisaria hoje da construção de mais 10 mil quilômetros de rodovia e a duplicação de mais 14 mil quilômetros de rodovia. Então, existe hoje uma condição de saturação das rodovias do Brasil. As rodovias estão inseguras e economicamente desvantajosas. Isso é um ponto bastante crítico para o Brasil”, afirma Bruno Batista, diretor executivo da CNT.

 

Apesar de precisar de muito investimento, neste ano, as condições nas estradas tiveram até uma pequena melhora sobre as rodovias federais. O Ministério dos Transportes disse que ainda está analisando os dados dessa pesquisa sobre as rodovias federais.