Lei dos caminhoneiros leva empresas a rever estratégia da logística

A Justiça do Trabalho concedeu ao Ministério Público do Trabalho liminar que suspende a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que, em setembro, adiou por até seis meses o início da fiscalização na Lei dos Caminhoneiros.
 
 A partir da decisão judicial, o procurador-geral do Trabalho, Luís Camargo, encaminhou ofício à Polícia Rodoviária Federal para que inicie a fiscalização e multe os motoristas que desrespeitarem a lei. A medida faz as empresas começam a se preocupar com alternativas para a alta dos custos.
 
Empresas
Com as mudanças das leis, operadores logísticos e transportadoras precisam pensar em formas de reduzir os impactos dos custos da nova Lei.
 
"Com a diminuição da rodagem média, os espaços de descanso junto aos locais de armazenagem em localizações estratégicas geram uma redução dos custos de distribuição para longas distâncias, e permitem respeitar o tempo das paradas", diz Rodrigo Demeterco, presidente da Capital Realty, empresa especializada na implantação de condomínios logísticos.
 
Segundo o Sindicato dos Transportadores, a alta dos custos com a medida seria de até 30%; para controlar os custos, uma das alternativas é investir em outras formas de transporte. "Um trem carrega sozinho mais de 3 mil toneladas de produtos em uma única viagem, substituindo quase 100 caminhões. Se, porém, pensarmos em entregas dentro de uma cidade, o transporte rodoviário leva vantagem. A rodovia permite maior capilaridade na distribuição", finalizou Demeterco.
 
A nova legislação impõe uma série de regras para motoristas profissionais de carga e passageiros, como: limite de oito horas de jornada, descanso entre jornadas de 11 horas e intervalo de meia hora a cada quatro horas de direção.
 
Na avaliação do procurador do Trabalho Paulo Douglas de Almeida Moraes, a decisão da Justiça reconhece que o Contrannão tinha poder para suspender uma lei aprovada pelo Congresso Nacional. "Além disso, não precisa esperar divulgação de lista de rodovias com áreas para descanso, já que existem em todo o País", diz.
 
 De acordo com ele, a mudança trará benefícios para as empresas, já que a regulamentação da jornada fará jovens se interessarem pela profissão.