Governo adia início do uso de chips em veículos

Mais uma vez, o governo adiou o projeto que prevê a instalação de chips de identificação em toda a frota de veículos do país. O prazo oficial, que previa o início da instalação da chamada "placa eletrônica" nos carros, venceu no dia 30 de junho. O adiamento é de seis meses, com início prorrogado para o dia 1º de janeiro de 2013. O prazo para conclusão do processo de implantação do chip permanece em 30 de junho de 2014.
 
Em matéria publicada pelo Valor, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) garantia que não haveria adiamento. A decisão foi tomada pelo Ministério das Cidades, que tem trabalhado nos últimos detalhes da nova regulamentação do projeto. O objetivo é estar com a infraestrutura pronta para dar início à instalação do chip em 70 milhões de veículos.
 
O polêmico Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos (Siniav) é uma ambição antiga do governo, alimentada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi lançado em 2006, com a pretensão de identificar todos os carros do país até 2009, mas acabou no limbo após questionamentos técnicos e uma saraivada de críticas do Congresso, que acusavam o governo de criar um verdadeiro "big brother" nacional ao promover a invasão indiscriminada da privacidade das pessoas.
 
Para aplacar as polêmicas, o governo decidiu reformular completamente o projeto. A colagem do chip – que fica preso a uma etiqueta – será feita no para-brisa dos carros. A instalação ficará sob responsabilidade do Detran de cada Estado.
 
O uso obrigatório não está restrito aos carros de passeio. Pelas regras do Denatran, vinculado ao Ministério das Cidades, motos, ônibus, caminhões, tratores e veículos especiais também estão na lista. Uma vez instalado o chip, o carro terá seus dados captados por antenas, por meio de um sinal de radiofrequência, mesma tecnologia usada no serviço Sem-Parar, comum nas estradas de São Paulo.