Força-tarefa da Anvisa deverá agilizar liberação de cargas em Santos

Uma força-tarefa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deverá normalizar, no período de dez dias, a liberação das mercadorias acondicionadas em contêineres que precisam ser inspecionadas por fiscais do órgão e da Agência de Vigilância Agropecuária – que também encerrou sua greve. A expectativa é do diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque.
 
“Esperamos (a força-tarefa) no sentido de restabelecer o estoque de contêineres. Devido ao represamento nos terminais, já há um desbalanceamento na logística e isso está afetando os embarques de exportação”, disse Roque, acreditando que a atuação da força-tarefa deve se estender para as cargas gerais e graneis.
 
Apesar do otimismo, o diretor ainda se mostra preocupado diante do movimento grevista da Receita Federal, que paralisou o desembaraço aduaneiro às terças, quartas e quintas-feiras e decretou operação padrão nos demais dias. “Eles não aceitaram a proposta do Governo Federal, então o movimento continua nos mesmos moldes”, afirmou o diretor. Segundo ele, novas decisões devem ser deliberadas hoje pela manhã, em assembleia geral da categoria.
 
Terminais
 
A retenção de contêineres, que abarrotaram os terminais especializados da região, fez com que instalações do Porto de Santos sentissem os prejuízos gerados pela greve da Anvisa. Agora, elas tentam normalizar a situação.
 
A Libra Terminais Santos espera regularizar as liberações dos contêineres até a próxima sexta-feira. De acordo com o diretor geral da empresa, Roberto Teller, o movimento prejudicou diretamente as operações. “Ao manter sempre por volta de mil contêineres presos na área de importação, foi gerado 100% de ocupação na área, o que dificultou o fluxo, o tempo de liberação aos clientes e a qualidade dos serviços”, ressaltou Teller.
 
O presidente da Localfrio, Hélio Vasone Jr,, garantiu que o terminal retroportuário da empresa, no Guarujá, também sentiu os reflexos da paralisação. Ele mencionou que o faturamento mensal da companhia seria prejudicado pela greve. A instalação alcançou 130% de ocupação na semana passada. “Quando a greve acaba, querem todos (os contêineres) ao mesmo tempo. Temos que trabalhar 24 horas. Isso aumenta o seu custo e ninguém quer pagar por esse custo, mas querem a mercadoria”, destacou.
 
O Terminal para Contêine-res da Margem Direita (Tecondi) se sentiu menos lesado. A companhia informou, em nota, que a média mensal de 38 navios operados pelo Tecondi foi cumprida, apesar da interrupção da emissão da livre prática pela Anvisa.
 
O acúmulo de contêineres nos pátios da instalação também foi administrados, garantiu a empresa, de modo a não superar a capacidade operacional para, assim, obter taxas aceitáveis de ocupação.