Falta de infraestrutura dificulta o transporte de safra recorde de grãos

Problemas dificultam o transporte da safra recorde de soja. São portos sem estrutura, estradas esburacadas e caminhoneiros sobrecarregados.
 

Rodovias abarrotadas de carretas. Com a safra de soja no auge, as estradas ficam lotadas. “A gente vê muitos acidentes. A pessoa vai desviar do buraco e dá de cara com outro caminhão”, diz o caminhoneiro Jovino Barpi.
 
Os caminhoneiros ainda enfrentam outros problemas até descarregar o produto. São filas e uma longa espera em terminais ferroviários e portos. No fim, a conta sai cara. O produtor rural gasta R$ 300 para transportar cada tonelada de soja do interior de Mato Grosso até o Porto de Santos.
 
O movimento pró-logística, que tem integrantes do comércio, indústria e agropecuária de Mato Grosso, aponta que faltam caminhões para o transporte de grãos no Brasil. O déficit é de aproximadamente 15 mil veículos de carga no país. Também não existem armazéns suficientes para guardar tanta produção. São quase 15 milhões de toneladas sem silos para armazenar.
 
“Acaba utilizando o caminhão como uma alternativa para se estocar essa produção e a gente tem cada vez mais filas, e quilômetros de caminhões pelas estradas, utilizados não só para transporte, mas como armazéns”, afirma o diretor de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso Ceneri Paludo.
 
Em uma fazenda em Tabaporã, as 180 mil sacas de milho da safra passada estão armazenadas em silos-bolsas. A dificuldade com o transporte foi o principal motivo para o investimento.
 
“Hoje levar o produto para a cidade e armazenar lá custa muito caro. Nosso custo na saca de milho representa 20% do valor do milho”, diz Ivan Biancon.