Estudo da CET diz que rodízio deve se estender por mais 371 km de vias

Estudo da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apresentado na manhã desta quinta-feira (9) aponta que o rodízio de veículos na capital paulista deve ser ampliado para vias além da região central de São Paulo.
 
Para entrar em vigor, segundo a Secretaria Municipal de Transportes, é preciso que o prefeito Fernando Haddad faça a regulamentação das mudanças por meio de um decreto. A proposta ainda vai ser apresentada, em 15 de janeiro, em reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte.
 
Segundo, a secretaria o objetivo da pasta é promover o debate sobre as mudanças para que o novo modelo seja implentado em março ou abril. O estudo foi apresentado nesta manhã pelo secretário Municipal de Transportes e presidente da CET, Jilmar Tatto.
 
Única autoridade da administração municipal no evento, ele explicou que, atualmente, a restrição vale em 150 km quadrados do Centro Expandido. Segundo o estudo, o rodízio deve ser implantado em 371 km de avenidas e ruas em 35 eixos viários. Ao todo, 400 vias arteriais entrariam na restrição de veículos. As vias arterias são geralmente controladas por semáforos, ligam as vias secundárias e locais e possibilitam a integração entre regiões da cidade.
 
Implementado em 1997, o rodízio impõe restrição à circulação de automóveis entre as 7h e as 10h e das 17h às 20h na área denominada minianel viário, o Centro Expandido. Por conta das férias, o rodízio está suspenso até dia 13 de janeiro.
 
Sobre a provável data de início da nova restrição, Tatto informou que a proposta é que comece no mês de março ou abril. “Este é o calendário que nós estamos nos propondo, mas evidentemente vamos passar pelo crivo do Conselho para debater esse assunto, deixar os especialistas debaterem sobre o assunto, para verificar a melhor maneira de circulação dos carros em São Paulo”, explicou.
 
 
Ganho de velocidade
Caso o novo modelo proposto seja adotado, o ganho de velocidade média na cidade, no horário de pico da manhã, seria de 8,5%, passando de 18,9 km/h para 20,5 km/h. A lentidão na cidade diminuiria em 13%, segundo a CET.
 
Já nas vias arteriais de São Paulo, a velocidade média passaria de 15 km/h para 16,8 km/h e a lentidão nas vias cairia 20,3%. Nas vias coletoras, a velocidade média passaria de 12,9 km/h para 13,4 km/h, aumento de 3,8%, e o congestionamento reduziria em 3%. De acordo com a CET, o novo modelo de rodízio permite a circulação entre os bairros, já que é possível transpor ou cruzar as vias restritas.
 
Na Zona Leste, pelo estudo da CET, o rodízio atingiria a Radial Leste, a Avenida Jacu-Pêssego e Avenida Aricanduva. Na Zona Norte, as avenidas Braz Leme, Engenheiro Caetano Álvares e General Edgar Facó estão na nova lista.
 
A medida chegaria, ainda, às avenidas Jornalista Roberto Marinho, Washington Luís e Interlagos, na Zona Sul. Na Zona Oeste, as Avenidas Eliseu de Almeida, Francisco Morato e Escola Politécnica devem entrar na proibição.
 
Outro modelo proposto, de aumentar de um para dois dias da semana o rodízio conforme o final da placa, foi descartado pela CET. Ou seja, continuará em vigor o rodízio no modelo atual, sem alteração dos dias da semana em que os finais das placas são proibidos.
 
“Ninguém gosta da restrição. O ideal é que não precisasse de restrição nenhuma na cidade de São Paulo, mas existe um fato concreto que é a dificuldade de transitar, pelo excesso de veículos. Isso é uma tendência no mundo, de você começar a fazer algumas restrições para diminuir o número de carros”, justificou Tatto sobre a ampliação proposta. O secretário ressaltou que o novo modelo seria apenas uma medida paliativa para amenizar o trânsito caótico da capital paulista e que são necessários investimentos em transportes sobre os trilhos e corredores de ônibus.
 
 
Sinalização
 
Para não confundir os motoristas, a CET pretende implantar sinalizações verticais, com placas, e horizontais, com pintura no asfalto. A proposta é que sejam instaladas placas de regulamentação indicando os dias e horários do rodízio municipal, o local de término da restrição, além de sinalização de advertência que mostram a quantos metros começa a área restrita e a saída para outras vias.
 
Já a regulamentação horizontal, que depende de regulamentação do Contran, tem a ilustração de R indicando o início e término da área do rodízio. Todas as vias arteriais receberão fiscalização eletrônica. Os radares estarão posicionados em pontos distintos de uma mesma via. Caso o veículo passe por mais de um ponto de uma mesma via da área restrita dentro de um curto intervalo de tempo, será penalizado. A proposta ainda não prevê o início da data de aplicação das multas.
 
De acordo com a proposta da secretaria, todas as vias serão monitoradas por fiscalização eletrônica (LAP e radares fixos) em um incremento de 2.500 faixas a serem fiscalizadas sem a necessidade de utilização de recursos humanos.
 
 
Novas vias afetadas
Veja exemplo de vias arteriais em que o rodízio deve começar a vigorar:
 
 
ZONA LESTE
Av. Aricanduva
Radial Leste
Av. Águia de Haia
Av. Jacu Pêssego Nova Trabalhadores
Av. São Miguel
ZONA OESTE
Av. Eliseu de Almeida
Av. Prof. Francisco Morato
Av. Lineu de Paula Machado
Av. Escola Politécnica
Av. Jorge João Saad
ZONA NORTE
Av. Braz Leme
Av. Eng. Caetano Álvares
Av. Inajar de Souza
Av. Gen. Edgar Facó
Av. Gen. Ataliba Leonel
ZONA SUL
Av. Jornalista Roberto Marinho
Av. Roque Petroni Junior
Av. João Dias
Av. Washington Luís
Av. Interlagos
Av. Robert Kennedy
Av. Senador Teotônio Vilela