Engavetamentos são cada vez mais comuns na BR-153 em Rio Preto, SP

Rodovia já não suporta mais o fluxo de veículos nos horários de pico. Obras estão sendo realizadas para tentar acabar com o problema.
 
O motorista que utiliza a BR-153 no trecho urbano de São José do Rio Preto (SP) já deve ter percebido que ultimamente os congestionamentos estão constantes. Esse tipo de problema acontece porque a rodovia, nos horários de pico, não tem estrutura para suportar o fluxo de carros.
Realmente nos horários de maior movimento o trânsito é intenso. Carros, motos, caminhões, máquinas pesadas, pressa para chegar ao trabalho ou voltar para a casa, falta de paciência e imprudência.

Em muitos casos, os engarrafamentos trazem imprudência. Como em um flagrante em que o motociclista usa o acostamento para escapar da fila de carros. Já um caminhoneiro ultrapassa onde não deveria e passar pelo local fica mais perigoso.

O trecho da BR que passa perto da Represa Municipal é um dos mais críticos no trecho urbano de Rio Preto. O fluxo de carros que vem da região leste e de condomínios que ficam perto é muito grande e os motoristas acabam usando a BR como avenida para chegar até o centro ou à zona sul. E isso deixa o trânsito ainda mais carregado na rodovia.

Quase todos fazem isso. Só que com mais veículos na pista e muitos acima da velocidade permitida acontecem os engavetamentos. Na semana passada foram três. Em um deles, por causa de um acidente, houve congestionamento no local. “Os motoristas andam com pressa e desatentos a sinalização e às vezes têm os acidentes e engavetamentos”, afirma o inspetor da Polícia Rodoviária Federal Fagner Camargo.

Para a Polícia Rodoviária Federal, a falta de cuidado de quem dirige agrava os problemas. “O motorista deve sair mais cedo de casa, tentar rotas alternativas, tomar cuidado com o carro da frente, tomar uma distância dele para evitar colisões traseiras”, diz o policial.

A obra realizada no pontilhão que liga a Avenida Murchid Homsi à represa é uma alternativa para aliviar o trânsito na BR. Será uma opção para ir da zona leste ao centro com mais facilidade, sem usar a rodovia. “Todos os empreendimentos construídos naquela área, principalmente perto de Schmitt, terão uma nova rota para se locomover do bairro para o centro”, afirma o secretário de Obras, Luís Carlos Calças.
 
A primeira etapa, da Avenida Alberto Andaló até a BR-153, deve ficar pronta até o fim do ano. A outra, que prevê a construção de um viaduto que vai passar por cima da rodovia até o lago 3 da Represa, ainda precisa de licitação e não tem data para começar.  “Será feito o prolongamento do viaduto da Murchid de Homsi e com isso será feito a ligação da Andaló com a BR-153. Além disso, terá uma ponte sobre o lago da Represa para interligar a Avenida Nadima Damha”, diz o secretário.

Mas isso ainda pode não ser o suficiente. É a opinião do arquiteto Fernando Veroni, que defende um pedido antigo de toda a região: a duplicação da estrada. Além da melhor utilização das marginais. “As marginais estão subutilizadas, até porque não estão interligadas em toda a área urbana. É preciso criar passagens e diminuir o número de entradas e saídas das rodovias. A questão da duplicação é clara, principalmente no trecho urbano”, afirma.
 
O arquiteto também propõe uma discussão mais ampla: a melhoria do transporte coletivo e o cuidado para conter o aumento do número de carros nas ruas. “Governo tem de investir na infraestrutura da cidade, no transporte urbano de massa, tudo para ser atrativo. Porque o valor de uma prestação de carro é muito baixo, o que torna atrativo, mas vai chegar uma hora que não teremos mais vias para todos”, diz.

A BR-153 foi construída há cerca de 50 anos, quando a realidade de Rio Preto e região era diferente e o fluxo de veículos bem menor. A obra em andamento na Avenida Murchid Homsi é importante, mas não resolve o problema. A duplicação da rodovia é o que os motoristas esperam.

O Dnit, Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes, apontou dezenas de erros no projeto de duplicação feito pelo município. Segundo a prefeitura as falhas foram corrigidas, mas o Dnit nega essas informações.

No ano passado, R$ 50 milhões foram conseguidos pela bancada paulista no congresso, para começar a duplicar o trecho urbano de Rio Preto, que tem 17 quilômetros. Mas segundo o movimento Duplica Já, como a obra não foi iniciada em 2012, será preciso renovar o pedido do dinheiro.