Encontro reúne lideranças e empresários do TRC no Paraná

Diretores da FETCESP e sindicatos do estado de São Paulo participaram do Congresso NTC e VIII Encontro Nacional ComJovem nos dias 26, 27 e 28 de novembro, em Foz do Iguaçu (PR).  Evento organizado pela Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística foi prestigiado por lideranças, empresários e executivos de várias regiões do País.

O presidente da FETCESP, Flávio Benatti, patrono da ComJovem Nacional, na ocasião representou o presidente da Confederação Nacional do Transporte, Clésio Andrade. Ele passou a mensagem de que a CNT está de portas abertas para todos. Destacou o trabalho e a união do grupo como essenciais nos rumos do setor.

O presidente da NTC, José Hélio Fernandes, agradeceu os envolvidos e destacou a sábia iniciativa de Urubatan Helou, vice-presidente da entidade, em reativar a ComJovem na época em que presidia o Setcesp (sindicato de São Paulo), e Benatti, em seguida, por ter também implantado o grupo em nível nacional.  Fernandes falou sobre a importância do grupo para o futuro do setor “a ComJovem tem o objetivo de oxigenar nossas atividades. Ela não está em um processo de consolidação, já está consolidada. Façamos do slogan Atitude e Gestão a nossa meta para chegarmos em um patamar ainda mais produtivo, que será positivo para o setor e, consequentemente, para o Brasil”.

A coordenadora da Comjovem Nacional, Ana Carolina Jarrouge, avaliou o comportamento do grupo e encorajou os jovens a continuarem sendo produtivos e se movimentarem mesmo em situações adversas. “A nitidez de evolução e amadurecimento do grupo pode ser percebida no salto dos números. Foram 399 horas de reuniões, em comparação com as 160 do ano anterior, 39 visitas técnicas, contra 18 em 2014, foram11 artigos, nove a mais do que o último ano, e 17 ações sociais”, comentou Jarrouge.  A ComJovem Nacional tem 30 núcleos e 600 participantes diretos espalhados em 13 estados brasileiros.

Premiação
No evento foram premiados os núcleos em três categorias.  O Prêmio Desempenho foi entregue para os grupos de Cascavel, Curitiba, Porto Alegre, Recife, São Paulo e Sorocaba.  O Prêmio Melhor Artigo ou Estudo Técnico foi para o executivo Marcelo Rodrigues, vice-coordenador da ComJovem de São Paulo, com o tema “Seguros de transporte”. O Prêmio Destaque foi entregue para a ComJovem Porto Alegre.

O empresário Tayguara Helou, eleito presidente do Setcesp para o próximo mandato (2016-2018), foi homenageado por sua conquista. Ele é o primeiro representante da ComJovem Nacional eleito para a presidir um sindicato de empresas. O homenageado fez questão de dividir o sucesso com os jovens representantes de todos os núcleos da ComJovem e reforçar o compromisso de sua futura gestão. “Esse troféu não é meu, ele é nosso! E minha principal bandeira na gestão do Setcesp será a de defender o resultado das nossas empresas.”, comentou Helou.

No evento a NTC também homenageou o grupo de patrocinadores que possibilita encontros importantes para o setor como esse, entre eles, Autotrac, BgmRodotec, Cummins, Itaipu Binacional, Iveco, MAN Latin America, Mercedes-Benz, Prosimulador, Trade Vale/TNIX, Totvs, BR Petrobras.

O encontro foi realizado com o apoio das entidade anfitriãs do TRC no estado do Paraná, Fetranspar, Setcepar, Setcamar e Sintropar.

Palestra
O fundador e CEO da TOTVS, Laércio Consentino, falou do mercado e como a empresa entende essa evolução. “Nós já estamos vivendo a 5ª fase da nossa empresa, que chamamos de Think Together, e que procura entender exatamente como trabalharemos para pensar juntos e somar conquistas em nossa história. Nossa primeira fase foi a de Start Up, seguida pela fase de Warm Up, DNA, com definição de missão, visão e valores, e a Number 1 Brazil, com meta ambiciosa de alcançar o faturamento de 1 bilhão, superada antes do prazo estabelecido”, comentou Consentino.  Líder de uma empresa de vanguarda que fechará o faturamento de 2015 com mais de dois bilhões de reais, Consentino passou a mensagem de garra e dedicação, ressaltando a equação do sucesso da TOTVS: Eterno desafio + Pessoas = Manutenção da credibilidade.

O que fazer em tempos de crise?
O economista Roberto Macedo, apresentou algumas causas que culminaram na atual crise brasileira. Apontou como a principal, a constante queda no índice de confiança. O economista citou ainda a expansão com ênfase no consumo via crédito e redução do estímulo externo como os fatores que, junto com a falta de foco do governo em privatizações, ao invés de gastos sociais, trazem fragilidade para a economia brasileira.
Macedo acredita que existem indícios de mudanças positivas, como a melhora gradual da balança comercial, e que o país continua sendo importante por sua dimensão. Aconselhou os empresários a visualizarem os setores (indústria, agrícola, mercado, cosméticos) como clientes, assim como entenderem os aspectos regionais que podem influenciar os negócios, e promoverem o processo de adaptação ao atual cenário. No caso da região Sul, por exemplo, com o Paraná, houve um impulso muito nítido no período de 2010 a 2013, que precisa ser observado. Finalizou sua palestra com orientações sobre redução de custos, diversificação, aumento de produtividade e competitividade e deixou uma mensagem de incentivo. “Temos que fortalecer a ação política do setor, prestigiando suas várias entidades e dialogando com os políticos para cobrar desempenho. É preciso fazer muito lobby, e não há vergonha alguma nessa prática, é legítima e até institucionalizada em países como os EUA”, afirmou Macedo.

Itaipu
O diretor geral brasileiro da hidrelétrica de Itaipu, Jorge Miguel Samek, mencionou que o Brasil tem matriz energética que o mundo inteiro gostaria de ter, com todas as formas de produção de energia: hidroelétrica, gás natural, bagaço de cana, carvão mineral, nuclear, derivados do petróleo, eólica, outras renováveis e não renováveis. Além disso, o país também é destaque como matriz mais limpa, uma vez que a maioria dessa produção é derivada das hidrelétricas (água), representando 59,8% do fornecimento. Itaipu é a maior usina do planeta em produção de energia, com potência instalada de 14.000 MW, representando 14% do suprimento só no Brasil, de energia limpa que evita a emissão de 88 milhões de toneladas de CO2, se comparada a geração desse mesmo volume por carvão, e 39 milhões, se fosse gerada por gás. Os números já são impressionantes, mas de acordo com Samek, não o suficiente. “O binômio entre desenvolvimento e preservação não são incompatíveis, é possível fazer. Por isso, nosso trabalho procura respeitar as questões de sustentabilidade”.  Assim, com mudança de visão e missão, Itaipu conta hoje com grandes projetos de sustentabilidade e, por meio do programa “Cultivando Água Boa”, promove 65 ações de apoio a comunidade e preservação do meio ambiente, entre elas recuperação de 1.322 km de mata ciliar, plantio direto de qualidade e investimento na educação com ações nas escolas.
 
Sucessão empresarial
O diretor-presidente do Grupo Supricel, Luís Guilherme Schnor, falou sobre o tema “Empresa e família: Decidindo juntas o seu futuro”.  O executivo comentou as diferentes gerações dentro de uma empresa familiar e como essa convivência pode ser difícil se não houver união. Falou de sua trajetória na organização desde o falecimento do seu pai e dos processos de consultoria para a sucessão. Schnor acredita que o que diferencia uma empresa familiar é o amor em cuidar do que é seu, além do profissionalismo necessário em qualquer negócio. Observou que é preciso identificar a personalidade jurídica e entender que as atitudes de um gestor devem considerar o benefício da empresa e não da pessoa física. “Teremos que aceitar determinadas situações pelo benefício da empresa e agir de forma prudente, para falar pela pessoa jurídica”, comentou.  Dentre as explanações para promoção do autoconhecimento e trabalho em equipe no processo de sucessão, Schnor mencionou também os tipos de sucessões existentes – Sucessão com presença (juntos na gestão ou aposentado em casa), Sucessão sem a presença (morte) e Gerações diferentes de sócios (2ª e 3ª geração, primos, etc) – e o modelo dos três círculos para identificar as posições de cada um na empresa.
 
A democratização do vinho
Na palestra sobre empreendedorismo, Rogério Salume, presidente da Wine.com, terceiro maior e-commerce de vinho do mundo e o maior da América Latina, contou sobre sua trajetória iniciada em Itabuna (BA), onde nasceu, até Vitória (ES) com a criação da empresa. A empresa que surgiu com o objetivo de democratizar o consumo do vinho, conta 440 colaboradores, que, de acordo com o presidente, são a prioridade número 1 nos relacionamentos, porque são eles que farão do cliente a prioridade. De acordo com Salume a Wine.com tem como valores relação de confiança, democratização do prazer, excelência empresarial, experiências memoráveis, integridade nas relações e entre outros. São 7.000 pedidos por dia, sendo uma média de 10 pedidos por minuto esse ano, e mais de 180 mil clientes no Clube W. De acordo com Salume, o sucesso de hoje é resultado da coragem no passado “quando falamos em vender vinho pela internet em 2004, as pessoas falaram que era impossível. Nós agarramos a dificuldade e transformamos em oportunidade”, comentou.

Sonho Grande – Fazer e não se lamentar
A jornalista Cristiane Correa, falou de seu livro Sonho Grande, que narra a trajetória dos empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, donos da ABInbev, Lojas Americanas, Burger King e Kraft Heinz. Além de ressaltar a constante busca por resultados deles, na qual não existe linha de chegada, a jornalista falou sobre os cinco pilares da cultura de um grupo que soma grandes marcas como Brahma, Antártica, Burguer King, Heinz e Budweiser.  Meritocracia, Partnership, tornar sócios os melhores profissionais da empresa, para que cuidem com senso de dono, PSDs, sigla em inglês que simboliza o tipo de pessoa que querem na empresa (traduzido como: pobre, esperto e doido para ganhar dinheiro), Simplicidade e Controle de Custos, são os conceitos que formam essa cultura. “Não tem nada de revolucionário nessa fórmula, e nada foi criado por eles. Eles identificam as melhores práticas, mesmo de outras empresas de ramos diferentes, e incorporam com uma disciplina absurda”, comentou Correa.

Com informações da NTC&Logística