Desembolso para transportes deve crescer 14% este ano

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para projetos de infraestrutura de transporte e logística devem ficar, no mínimo, entre R$ 11 bilhões e R$ 13 bilhões neste ano, com alta de até 14% sobre os R$ 11,4 bilhões liberados no ano passado para o setor. Os financiamentos do banco para rodovias, portos, ferrovias e aeroportos, entre outros modais, podem ser ainda maiores dependendo da evolução dos leilões previstos na nova fase do Programa de Investimento em Logística (PIL), lançado pelo governo na semana passada.
 
Edson Dalto, gerente do departamento de transportes e logística do BNDES, disse que o PIL vai aumentar a demanda das empresas por financiamentos. A previsão de desembolsos de até R$ 13 bilhões para o segmento este ano é anterior à divulgação do programa. A tendência é que o maior impacto do PIL sobre os desembolsos do banco para logística e transporte ocorra só a partir de 2016. Em 2015, há pouco tempo para que o governo consiga promover um maior número de leilões, o que vai se refletir na demanda por empréstimos do BNDES. Dalto disse que iria fazer novas projeções de desembolso para o setor neste ano já incluindo o PIL.
 
 
Ele disse que os leilões previstos na nova fase do programa poderão levar a um maior equilíbrio na carteira de desembolsos de transportes e logística do banco a partir de 2016. No ano passado e em 2015, as rodovias continuam a ser o carro-chefe em termos de desembolsos. Em 2014, os portos ficaram em segundo lugar, seguidos de ferrovias e aeroportos (tabela acima).
 
 
Cláudio Leal, superintendente de planejamento do BNDES, disse que o PIL oferece melhores condições do que a política operacional do banco. Na nova fase do programa é possível assegurar empréstimos com parcela maior do custo em Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) desde que a empresa emita debêntures associadas ao projeto que será financiado pelo banco.
 
 
"Qual a vantagem do PIL? Se a empresa emitir debênture, ganha participação adicional [no custo do empréstimo] em TJLP. Dependendo do tamanho da emissão de debêntures, a empresa deixa de ter um custo compulsório em moeda de mercado [Selic ou IPCA], o que é mais caro", disse Leal. Há duas semanas, a diretoria do BNDES aprovou novas condições que tinham o objetivo de harmonizar a política operacional do banco com as novas condições do PIL.
 
 
As condições da política operacional do BNDES para investimentos em logística determinam participação de até 70% do banco no financiamento para rodovias, por exemplo. A parcela a ser financiada em TJLP é metade dessa participação, 35%. No PIL, com a emissão mínima de 10% de debêntures, esse percentual em TJLP sobe para 45%. "Na política operacional, não há possibilidade de a empresa obter um percentual adicional de apoio em TJLP", disse Leal.