Cobrança por km rodado na Campinas-Mogi depende da Renovias

O sistema eletrônico de cobrança de pedágio, conhecido como "free flow" e medido por km rodado, na praça da Rodovia Adhemar de Barros, a Campinas-Mogi, "depende da concessionária responsável pelo trecho", segundo o secretário estadual de Transportes, Saulo de Castro Abreu. Em entrevista ao Jornal da EPTV, o secretário explicou que a Renovias pode mudar a cobrança em Jaguariúna até mesmo antes da conclusão dos testes na Rodovia Santos Dumont, que liga Campinas a Indaiatuba. Neste caso, o investimento dos pórticos e "tags" foi feito pelo Estado, e por isso, a realização é mais demorada, já que depende de processos licitatórios. Já no caso da concessionária, isso por ser mais rápido. "É só pedir autorização para a Artesp [Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo] e implantar o sistema", explicou Abreu.
Em novembro, o governo do Estado de São Paulo iniciou a fase de testes pela primeira vez no país na região, no km 60,8 da Santos Dumont. O valor do pedágio está entre os mais altos do Brasil. Para um trecho de 20 quilômetros, o motorista paga tarifa de R$ 10,10 entre Campinas e Indaiatuba. Os testes devem durar um ano e têm adesão voluntária. Os resultados serão usados para convencer novos investidores optar pela cobrança de km rodado e também pode interferir em novos processos licitatórios, de acordo com o secretário estadual de Transportes.
No mês de julho, motoristas que circulam pela rodovia Campinas – Mogi fizeram um protesto contra o valor de R$ 9,10 cobrado nos dois sentidos na praça de pedágio do km 123. Usando nariz de palhaço, eles decidiram pagar com moedas a tarifa para deixar o trânsito lento. Os manifestantes pedem que carros com placas de Jaguariúna tenham desconto de 70% no valor. Atualmente, eles têm direito à redução de 20%. Segundo o prefeito de Jaguariúna, Gustavo Reis, o pedágio separa as cidades de Campinas e Jaguariúna, "promovendo uma cobrança injusta e inadequada aos usuários da rodovia, especialmente aos moradores destas duas cidades, que estão situadas a apenas 18 quilômetros de distância", ressaltou. Os moradores também pedem que a praça seja desmembrada e a construção de outras cabines na altura de Mogi Mirim e Santa Antônio de Posse.
Apesar da facilidade da implantação da cobrança por km rodado defendida pelo secretário estadual de Transportes, Saulo de Castro Abreu, nenhuma concessionária tomou a iniciativa de forma voluntária. "Não existe motivo para as concessionárias não mudarem a forma de cobrança. Não existe quebra de contrato ou prejuízo para as empresas", explicou o secretário de Transportes. No entanto, o Estado não pretende entrar com medidas judiciais para impor a nova forma de cobrança. "Esse tipo de cobrança já é feito na Europa e nos Estados Unidos. Este é o futuro, não temos como fugir disso".
Sobre a construção de novas praças de pedágio na Campinas – Mogi, o secretário de Transportes disse que os estudos da Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo) continuam em paralelo, mas defende que o sistema de equipamentos com antenas ao longo da rodovia, chamados "pórticos", para a leitura automática de sensores, conhecidos como "tags", colocados nos veículos, é a melhor alternativa. "Não tem sentido construir uma praça de pedágio para depois precisar demolir", disse Abreu.
Segundo o governo estadual, 49,1% dos pagamentos de pedágios nas rodovias paulistas já são feitos com a utilização de tags.
14/12/2011